FB_init

Wednesday, March 30, 2011

A ética protestante e o espírito do capitalismo - comentários aleatórios - parte 1

Terminei de ler "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" de Max Weber, escrito por volta de 1905. Li como um brasileiro procurando no texto evidências para algumas perguntas:
- Como podemos medir a influência da Reforma Protestante no avanço do Capitalismo na Inglaterra no século XIX?
- Qual visibilidade teria Max Weber no início do século XX sobre o desenrolar posterior do Capitalismo considerando questões genéricas de pobreza e justiça?

Ao ler as páginas, coloquei-me por vezes no lugar de um Protestante Calvinista, por exemplo. Em resumo, o lema era o seguinte: trabalhe duro. Trabalhe porque ficar de papo-pro-ar é pecado. Trabalhe duro porque a experiência do divino contrasta com a experiência do mundo e o trabalho é um sinal de virtuosidade divinamente outorgado. Isto é, "trabalhar glorifica a Deus". Outro detalhe muito interessante é notar como o racionalismo (vindo do Iluminismo) muda toda a concepção de trabalho e propósito. Este racionalismo ordena a prática religiosa e o trabalho ao mesmo tempo. Há hora para trabalhar. E trabalhar em um sistema de produção em série. (Lembremos do filme "Tempos Modernos" com Charlin Chaplin. O homem é uma peça no sistema de produção. Ele é "coisificado".) Gozar a vida é visto como perda de tempo e, portanto, pecado. As pessoas assim são reduzidas à sua capacidade produtiva. O acúmulo de bens é um indicativo direto do status da religiosidade da pessoa. Isto é, quanto mais dinheiro e bens, mais "abençoado". Rapidamente comparo esse espírito com a Teologia da Prosperidade atual do neopentecostalismo sulamericano.

No comments: