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Thursday, March 31, 2011

A ética protestante e o espírito do capitalismo - comentários aleatórios - parte 3

Tradução livre do Gustavo:
"Finalmente, [o poder do ascetismo religioso] deu [ao homem] a garantia consoladora de que a distribuição desigual de bens desse mundo era uma dispensação especial da Divina Providência, a qual nessas diferenças, como em particular na graça, buscava fins secretos desconhecidos dos homens. Calvino mesmo fez a afirmação muito citada de que somente quando as pessoas, isto é, a massa de trabalhadores e artesãos fossem pobres permaneceriam elas obedientes a Deus." - página 177
"Desejar ser pobre era o mesmo que desejar ser doente" - página 163

Qualquer coincidência com a Teologia da Prosperidade não é mera coincidência. Talvez possamos fazer uma distinção, contudo, entre ganhar dinheiro trabalhando muito e a Lei de Gerson.

Coibições e restrições a "coisas do mundo" também tolhiam as pessoas e botavam lenha na fogueira capitalista. Artes, obviamente, eram "coisas do mundo". Era alegria demais para o crente:

"O teatro era ofensivo aos Puritanos, e com a estrita exclusão do erótico e do nu do campo da tolerância, uma visão radical da literatura ou da arte não poderia existir. As concepções de conversa fiada, de superfluidade, e de ostentação vã, todas designações de uma atitude irracional sem propósito objetivo, e portanto não ascéticos, e especialmente não serviam para a Glória de Deus, mas do homem, sempre estava disponível para servir à decisão à favor da utilidade sóbria contra qualquer tendência artística. [...] Essa tendência poderosa rumo à uniformidade da vida, a qual hoje tão grandemente ajuda o interesse capitalista na padronização da produção, teve sua fundação original no repúdio de toda a idolatria da carne."

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