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Tuesday, July 15, 2008

Eu Acredito em Igreja Emergente

(Artigo originalmente publicado no Renovatio Café, em http://www.renovatiocafe.com/index.php/Artigos/Emergente/Eu-acredito.html )

Em um espírito de diálogo, uso a oportunidade para explicar o que "emergente" não quer dizer.

Imaginei um médico falando assim "Eu não acredito em medicina preventiva. Eu acredito em saúde." Isto resume para mim o que ouço às vezes. São variações do tema "eu acho que a igreja deveria ser bíblica" ou então "acho que a igreja hoje deveria ser como a igreja primitiva". São realmente ideais nobres. São ideais que todos nós devemos cultivar. Mas cultivar com cuidado. Imagino também um outro médico dizendo "Eu não acredito em rótulos. Eu só acredito em saúde holística. Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa." Esse médico então jogará no lixo a tabela mundial de classificação de doenças ICD-10 da Organização Mundial de Saúde. No final do primeiro dia de consultas, o médico terá escrito nas anotações de cada uma das suas 70 consultas a mesma frase: "paciente se queixa de problemas de saúde".

"Emergente" é um nome muito novo, especialmente quando falamos sobre Brasil e América Latina. O bom é que temos a oportunidade de moldar e participar dessa conversa, definindo o termo na prática. Quando pessoas escolherem utilizá-lo, gostaria que este nome fosse estimado, fazendo referência a um espaço livre, amplo, sadio, inclusivo e seguro para a troca de idéias. O nome "emergente" é muito bom. Penso que certas idéias erradas podem obscurecer o nome, no entanto. Inevitavelmente pessoas simplificam idéias. Certos termos têm o benefício de sintetizar ênfases e práticas. Todo termo novo é vulnerável, contudo. Penso que a melhor coisa que os evangélicos podem fazer é cultivar com cuidado novas expressões de comunidade. Nada seria melhor do que abrir espaços, estimular a experimentação. Nada melhor do que apoiar jovens (porque muitas vezes são jovens) com novas propostas. Nada melhor do que estar conscientes de que vinhos novos precisam de odres novos.

Deixe-me fazer três perguntas perniciosas sobre "ser bíblico". Vocês sabiam que a Bíblia proibe comer camarão? (Levíticos 11.10) Acho que esse texto não é tão famoso assim nas capitais litorâneas brasileiras. Sabiam que a Bíblia manda matar a pedradas adolescentes rebeldes em praça pública? (Deuteronômio 21.18-21) Vocês podem me indicar algum verso que fale sobre Jesus “entrando no coração” de alguém?

O problema é que temos que interpretar o que "ser bíblico" quer dizer. Nós sempre temos que interpretar a Bíblia. E depois (ou ao mesmo tempo) temos que praticá-la. Isto não é uma tarefa simples.

"Parafraseando Dale Martin, para ouvir o que a Bíblia diz, ponha-a cuidadosamente sobre a mesa e escute silenciosamente. Depois que um período suficiente de silêncio tiver passado talvez você se surpreenda de ela não falar; você tem que lê-la e interpretá-la." [1]

Por experiência, quando leio termos do tipo "a Bíblia diz" ou "está aqui claro na Bíblia" eu ponho o sinto de segurança hermenêutico. Isto porque algumas vezes uma certa interpretação, a saber, a do interlocutor, é tida como a única interpretação. E mais, como a única interpretação correta. E mais, invocando a autoridade Bíblica a pessoa corre o risco de encobrir, consciente ou inconscientemente, suas intenções revestindo-as com a capa bíblica.

Lamento informar, mas nós nunca seremos a igreja primitiva. Estamos em 2008 AD e não 33 AD. Nós não falamos Aramaico, nem Latim, nem Grego. Não esqueçamos também que a igreja primitiva teve vários problemas. Logo após Pentecostes em Atos 5 encontramos Ananias e Safira. Atos 6 começa com outra briga. Muitas outras partes do Novo Testamento gastam tinta tentando consertar problemas da igreja já no primeiro século. Não me interpretem mal: os Evangelhos e Atos 2 devem ser referência para a igreja atual. Mas passaram-se 2000 anos de história da igreja. Passaram-se 2000 anos da história do mundo. A nossa eclesiologia, sejá lá qual deva ser, se aplica no aqui e agora. Aprendemos com o passado, praticamos no presente, plantamos para o futuro. Por incrível que pareça, carregamos a tocha apostólica, e isto é uma responsabilidade.

Na minha opinião, uma pessoa dizer que "não acredita na igreja emergente" pode ser um indício de que a pessoa é emergente. Isto porque alguns emergentes também não usam o nome. A maioria, contudo, tem ciência e vê o termo "emergente" como algo bom. O termo "emergente" foi artificialmente criado por Karen Ward em 1999 ao criar o site EmergingChurch.org. O termo "igreja emergente" é aceito hoje internacionalmente como a designação de um movimento. Mesmo com o termo tendo sido criado artificialmente, é importante notar que as características e as circunstâncias das comunidades ditas emergentes vêm antes da designação. Isto é um dentre vários outros indicativos que "emergente" é por definição extremamente oposto a modismos. Algumas pessoas diziam há alguns anos atrás, por exemplo, que igrejas emergentes seriam tipos de igrejas que "vão vir" mas que ainda "não chegaram" (não sei se é profético ou não, mas isso me lembra as viagens de Derrida). Spencer Burke, que esteve em São Paulo em 2008, chegou a dizer em meados de 2005 que igrejas emergentes não existiam na época [2]. Spencer e outros viam a igreja emergente como algo nascendo, algo novo, ainda emergindo.

O fato é que a igreja sempre está emergindo. A igreja está constantemente se (re-)definindo queiramos ou não. E o contexto da igreja também está constantemente em fluxo. Simplesmente porque pessoas mudam.

Por (in)definição, não faz sentido ser moda ser emergente. Isto porque emergência está relacionada a ênfase em autenticidade. Na liturgia isto se traduzirá na participação de todos. No contexto histórico, as pessoas deixam de ser consumidoras (sentar no banco e ouvir) para serem participantes. "Emergentes" não querem ver cultos bonitos com PowerPoint e música da hora. Nem mesmo experiências alternativas com labirintos, velas e areia. Procuram tomar parte na formação de comunidades, seja lá o que isto queira dizer na comunidade em questão. Em outras palavras, comunidades emergentes não focam tanto nos cultos (nos encontros - tem aí alguém traumatizado com a palavra "encontro"?). Estão mais interessadas na formação da comunidade e no cotidiano.

Por (in)definição, não faz sentido dizer que esta ou aquela pessoa traz "fórmulas" emergentes. Sobre "fórmulas" não há nada mais avesso do que igrejas emergentes. O princípio da autenticidade sempre lembra que cada comunidade é única. Cada contexto é único. Cada cultura é única. Cada comunidade é convidada a aplicar princípios e práticas inatas. Mais de uma vez ouvi histórias em que pessoas quiseram criar comunidades. Ao pedirem dicas ou ao tentarem importar diretamente outras histórias de comunidades emergentes são aconselhadas a andarem por si mesmas. Em segundo lugar, por (in)definição, liderança na conversa emergente é repensada de forma inclusiva e não-hierárquica. Se não está claro para alguém, deixe-me dizer claramente: Brian McLaren não é o líder da igreja emergente. Igrejas emergentes lideram como corpo. Esta é uma das frustrações de pessoas com a igreja emergente: a falta de fórmulas. É muito fácil seguir regras ou receitas de bolo. É difícil discernir o que acontece ao nosso redor e tentar aplicar uma eclesiologia. O que "funcionou" para a comunidade X não "funcionou" para a comunidade Y. Em terceiro lugar, a conversa emergente no Brasil está começando da maneira certa: com a nossa cara. Não é e não deve ser enlatada. Não me surpreendo: o respeito ao outro permeia a conversa emergente. Por exemplo, considere o capítulo "Church Emerging" de Brian McLaren no livro "An Emergent Manifesto of Hope". McLaren primeiramente usa o termo "a igreja emergindo" deliberadamente em vez de "igreja emergente". Conclama as pessoas no Norte a debaterem menos epistemologia pós-moderna e praticarem mais o pós-colonialismo, promovendo justiça ao redor do mundo. Sobre o que Brian está falando? Sobre o Brasil. Sobre a América Latina. Sobre justiça. Sobre prática. Sobre estruturas de poder coercivas. Não é isto relevante para nós? Não é esta uma conversa que começa com a premissa de respeito entre pessoas de países diferentes? Isto para mim é o oposto de importar idéias. É um convite para sentarmos na mesa e conversarmos igualitariamente.

Um outra outra idéia errada comum é que os emergentes não crêem em nada. Tentei explicar a fonte deste erro comum no meu primeiro artigo citando Tony Jones [3]. Foi por isso que disse que a falta de crença era apenas aparente. Convido a todos a lerem o parágrafo no artigo original com mais cuidado. Talvez também ajude pensar um pouco de outra forma: os emergentes são grandes produtores de boa teologia. Entre excelentes teólogos e filósofos "emergentes" cito Tony Jones, Scot McKnight, Peter Rollins, John Caputo, Richard Kearney, Tom Sine, David Fitch, Michael Frost, Ryan Bolger, N.T. Wright, Miroslav Volf (alguns dos quais certamente transcendem a designação "emergente"). Sem falar em várias outras pessoas comuns que escrevem e blogam com excelentes conteúdos. (Isto sem citar outros pesos-pesados como René Padilla. E o que dizer até mesmo dos teólogos latino-americanos da Teologia da Libertação?) Com tanta produção com tanta qualidade, como poderíamos dizer que eles não afirmam nada? O que dizer sobre tudo o que Tony Jones e Scot McKight escrevem sobre soteriologia? O que dizer de Miroslav Volf que afirmou que às vezes pensa horas e horas antes de escrever uma frase? Quais os paralelos teológicos que podemos traçar entre sua visão sobre a violência na ex-Iugoslávia e o que experimentamos diariamente com a violência urbana no Brasil? Podemos comparar "o outro" em sociedades pluralistas como na América do Norte com "o outro" em sociedades de grandes diferenças sociais como a brasileira? É bem mais difícil estudar e tentar entender a teologia desses autores. Interpretar o contexto histórico desses autores, seus países de origem e aplicar ao contexto brasileiro não é pouco trabalho, mas é altamente recompensador. Me lembro de um depoimento na televisão de Porto Alegre no final dos anos 80 de um jovem sobre problemas mentais. Dizia ele que era muito mais fácil a família designar o ente como doente mental do que procurar entendê-lo. Era um escape fácil para a família não ter que lidar com problemas internos. É mais fácil e confortável lermos apenas autores com os quais concordamos. Eu me pergunto: como será a nossa fé edificada se virmos apenas repetições das coisas que já sabemos? Peter Rollins (se não me engano citando Derrida) diz que amor verdadeiro ama o que é impossível de amar. Em outras palavras, se só amamos o que conseguimos amar, que amor é este? Se só amamos quem nos ama, este amor é limitado. Isto não nos diferencia como cristãos. Até a máfia faz isso. [4] (Por um lado sinto ser um informático o autor desse texto. Gostaria que teólogos e estudantes de seminários brasileiros publicassem mais suas visões sobre a igreja brasileira e que interagissem mais no Orkut, em portais como o Renovatio Café e na blogsfera.) Meu conselho a todos genuinamente interessados no destino da igreja brasileira: leiam, pesquisem, escrevam, debatam, pratiquem, documentem. Não é preciso ter formação superior para fazer isto. (Não espere vir tudo mastigado para você. Não tente dar um jeitinho na teologia.)

Outra explicação sobre a aparente (e apenas aparente) falta de crenças talvez possa ser a incapacidade de classificar debates emergentes em categorias existentes. Seria como uma pessoa que não consegue classificar o outro como Arminiano ou Calvinista, e portanto chega à conclusão de que o outro é herege. Um exemplo deste ponto relativo à exegese é a segunda naïveté (segundo egoísmo) explicada por Peter Rollins. Rolins advoca uma leitura do texto chamada segunda naïveté em que o objetivo não é chegar a uma série de afirmações científicas, geográficas, históricas e metafísicas sobre a verdade do texto. A segunda naïveté não despreza o pensamento crítico, mas considera a Palavra como um recipiente que transborda um sentido que dá vida e que nos envolve colocando-nos dentro da narrativa, habitando com as personagens, conversando com elas, preenchendo as lacunas da história com nossa experiência e idéia. Desta forma o leitor suspende temporariamente debates acadêmicos para responder à fonte transformadora do próprio texto. [5]

Peter Rolins diz também que para ele "Deus não é uma idéia ou uma experiência. Quando Deus aparece, Deus muda a forma com que interagimos com tudo no mundo."

Idolatrarmos nossa própria crença traz o risco de nos tornarmos ríspidos com o outro. Me lembro de um comentário que li sobre "O grande inquisidor" na obra "Os Irmãos Karamazov" de Dostoiévski. Se passa na Sevilha do século XVI. Jesus aparece um belo dia entre as pessoas comuns fora da catedral em Sevilha, mais uma vez fazendo os cegos verem e os mortos ressuscitarem. O velho cardeal, que reconhece que esse personagem misterioso é na verdade Jesus, prende-o imediatamente. Visitando Jesus na sua cela da prisão naquela noite, o cardeal o pergunta por que ele voltou à Terra. O trabalho de Jesus já havia acabado e agora o poder já havia passado para o papa. Sua volta só poderia representar uma interferência. Por essa razão, o cardeal sentencia Jesus para ser queimado na fogueira na manhã seguinte, da mesma forma que ele havia queimado centenas de heréticos no dia anterior - com 'herético' significando qualquer um que interfere com o trabalho da igreja, incluindo Jesus.

Consideremos os fantasmas pós-modernos que ameaçam a ordem e a estabilidade. É uma pena que certos termos invoquem o medo do desconhecido. "Pós-modernismo" por exemplo é várias vezes mal empregado como indicação de tempos relativistas. "Desconstrução" por exemplo é várias vezes mal empregado como sinônimo de destruição. Caputo afirmará em seu livro "What Would Jesus Deconstruct? The Good News of Post-modernism for the Church" ("Em Seus Passos o que Desconstruiria Jesus? As Boas-notícias do Pós-modernismo Para a Igreja") que desconstrução é a hermenêutica do Reino de Deus.

"Na desconstrução, as coisas tremem pelo seu próprio impulso interno, por uma força que não lhes dará descanso, que continua se forçando para vir à tona, forçando-se para fora, tornando a coisa inquieta. A desconstrução gira em volta da idéia que as coisas contêm uma espécie de verdade que não pode ser contida, que contêm o que não conseguem conter. Ninguém precisa vir e "desconstruir" as coisas. As coisas se auto-desconstroem pelas tendências das próprias verdades internas. Na desconstrução, o "outro" é quem fala a verdade sobre o "próprio"; o outro é a verdade do próprio, a verdade que foi reprimida ou suprimida, omitida ou marginalizada, ou simplesmente assassinada, como o próprio Jesus." [6]

Caputo segue mostrando como Jesus foi um grande desconstrutor. Jesus vez após vez fica do lado dos mais fracos. Vez após vez vira tudo de cabeça para baixo fazendo dos últimos os primeiros e vice-versa. Continuamente inverte a importância colocando a criança no centro. Jesus reserva sua indignação para a hipocrisia e descarrega sua ira em figueiras, manadas de porcos e mesas de comércio. Quando falta vinho na cerimônia de casamento, em vez de fazer um sermão sobre o quanto o álcool definha os tecidos sociais, Jesus faz um milagre e produz mais vinho. Jesus "quebra a lei" curando no sábado. Ele sofre tudo em seu corpo, mas não tolera nenhum sofrimento no corpo dos outros.

Para os que acham que a desconstrução de Derrida só destrói, vejam como Caputo cita Derrida:

"Derrida disse uma vez que 'a desconstrução [...] não é negativa, mesmo que tenha sido várias vezes interpretada como tal apesar de todo tipo de avisos. Para mim, ela sempre acompanha uma exigência afirmativa, eu até mesmo diria que ela nunca prossegue sem amor' A desconstrução não dá nem um só passo sem amor; ela sempre segue ‘nos passos’ do amor, seguindo o chamado do amor. O que ela ama? O impossível, o indesconstrutível, o que vem, o evento. Desconstrução é afirmação, a afirmação do impossível, da vinda do evento. " [7]

Peter Rollins disse recentemente:

"Muitas pessoas falam sobre desconstrução assim: 'Bem, temos que desconstruir e depois que tivermos desconstruído, poderemos reconstruir'. Eu quero parar nesta hora e dizer 'Não. Nós nunca paramos de desconstruir. Desconstrução não é como demolir um edifício para que possamos limpar a área para construir algo novo. Desconstrução é como o calor que mantém nossas idéias fluidas e derretidas e móveis e dinâmicas'" [8]

Tony Jones escreve sobre o livro de Caputo: "Que este livro conclua de vez o debate: a filosofia pós-moderna não impede a verdadeira fé Cristã. Na verdade, feito de forma correta, o pós-modernismo leva não ao relativismo niilista mas a uma fé forte no Salvador, que teve ele mesmo uma forte inclinação desconstrutivista. Caputo é uma ovelha em pele de lobo".

Os dois últimos capítulos do livro são brilhantes. No capítulo 5 Caputo especula respostas à pergunta "Em Seus Passos o Que Desconstruiria Jesus?". Ele imagina Jesus na situação de desigualdades sociais internas nos Estados Unidos no estado de Alabama. Imagina Jesus falando sobre poder e violência, abordando a guerra no Iraque. Imagina o que faria Jesus sobre a situação da mulher na igreja de hoje. Imagina como Jesus se posicionaria nos temas de homossexualismo e aborto. O último capítulo comenta a belíssima história do padre John McNamee. O livro de McNamee se chama "Diary of a City Priest" ("Diário de um Padre Urbano"). O duro cenário da cidade de Filadélfia nos Estados Unidos me lembra a dura realidade de muitas cidades brasileiras. Seu livro é um relato ao longo de um ano de sua vida como padre. Diz Caputo que "[o livro] prossegue com uma 'desconstrução da igreja' simplesmente contando a verdade nua e crua do cotidiano na sua paróquia." [9]

Uma outra idéia que leio de vez em quando é a idéia de que a conversa emergente parece às vezes um papo-cabeça e que falta prática. Nessas horas me lembro de Mário Quintana:

"Livros não mudam o mundo,

Quem muda o mundo são as pessoas.

Os livros só mudam as pessoas."

De uma certa forma eu entendo de onde vem a frustração dessas pessoas. Essas pessoas geralmente estão cansadas do cristianismo teórico. Ou estão incomodadas pela discrepância entre a fé propagada pelas igrejas e o que (não) acontece de segunda a sexta-feira. São pessoas que têm o desejo de ver a fé traduzida na prática. E isso é excelente. Como disse Jesus, quem ouve suas palavras e não as põem em prática é como a pessoa sem juízo que construiu sua casa n a areia. Por outro lado, às vezes vejo pessoas impulsivas e impacientes dizendo algo do tipo "Pô, com tanta gente perdida, em vez de evangelizar ficam discutindo. Deveriam é sair e evangelizar". E aí reside um perigo: o de ter ações sem as intenções. Fazer por fazer sem entendimento e sem amor. Se não entendemos nossa fé, nossa fé vira algo irracional e, a longo prazo, irrelevante. O livro de Tiago nos dá a direção certa: devemos ter fé e ações ao mesmo tempo.

Entendo que em qualquer tipo de igreja fica fácil idolatrarmos o símbolo em vez do objeto. Esta suscetibilidade não é privilégio da igreja emergente. A conversa emergente, contudo, conta com a bênção da desconstrução para ajudá-la a evitar tal problema. Como disse Bonhoeffer:

"Aquele que ama seu sonho de comunidade mais que as pessoas na comunidade vão em última instância ser destruidores da (comunidade)." [10]

Que possamos orar como David Montealegre



Sálvame de no ver el dolor del otro y la otra.
Sálvame de no sentir el dolor del otro y la otra.
Sálvame de estar y no ser.
Sálveme de mi idea de ti.
Sálvame de creerte verdad en mi iglesia.
Sálvame de creerte definible.

Líbrame de no amar hasta el dolor.



[11]

- Gustavo K-fé Frederico

[1] "What Would Jesus Deconstruct? The Good News of Post-modernism for the Church", John Caputo, p. 94

[2] Emerging Churches: Creating Christian Community in Postmodern Cultures, Gibbs & Bolger, p. 42

[3] Igreja Emergente no Contexto Brasileiro, Gustavo Frederico, http://www.renovatiocafe.com/index.php/Artigos/Brasil/Igreja-Emergente-no-Contexto-Brasileiro.html

[4] The Nick and Josh Podcast, Junho de 2008

[5] The Fidelity of Betrayal: Towards a Church Beyond Belief, Peter Rollins, p. 46

[6] "What Would Jesus Deconstruct? The Good News of Post-modernism for the Church", Caputo p. 29

[7] "What Would Jesus Deconstruct? The Good News of Post-modernism for the Church", Caputo p. 78

[8] The Nick and Josh Podcast, Junho de 2008

[9] "What Would Jesus Deconstruct? The Good News of Post-modernism for the Church", Caputo p. 118

­­[10] Dietrich Bonhoeffer, Life Together (Harper, 1954), páginas 26,27

[11] Hacia Él, David Montealegre, Teologia Sin Nombre

http://teologiasinnombre.blogspot.com/2008/05/hacia-l_11.html

2 comments:

Anonymous said...

Na minha opinião, uma pessoa dizer que "não acredita na igreja emergente" pode ser um indício de que a pessoa é emergente.

Oi poderia ter falado que era eu, rs sem problema, cara muito bom o texto, mas eu não valho tanto a pena não cara... texto grande só pra rebater o que eu escrevi é maluquice, rs mas enfim li até o final e vc escreve bem...

Fica com Deus

Gսstav໐ Frederic০ said...

Jota, meu irmão querido, não era pra ser um rebate, mas sim uma oportunidade para esclarecer qualquer coisa. Diálogo e cachaça curam tudo! (Alguém já lhe disse que há poder em suas palavras? ahahaha!) Fica no axé do Senhor, Jota!

Paz