Existe um hino bonito chamado "Somos Pessoas da Paz de Deus". É o número 407 do hinário ¨Hymnal: A Worship Resource", o hinário Menonita no Canadá. Aqui vai a letra traduzida por mim (sem encaixar na métrica da música) É uma letra que resume bem a motivação Anabatista para a paz.
Somos pessoas da paz de Deus, como nova criação,
O amor nos une e nos fortalece nesta celebração.
Filhos e filhas do Senhor, servindo uns aos outros,
Um novo pacto de paz une a nós todos.
Somos crianças da paz de Deus nessa nova criação,
Espalhando alegria, através da grande salvação de Deus.
Trazemos esperança em um espírito humilde, em nosso viver diário,
Buscamos a paz com todos, fazendo o bem em troca do mal.
Somos servos da paz de Deus, da nova criação,
Escolhendo a paz, servimos fielmente com devoção sincera.
Jesus Cristo, o Príncipe da paz, nos dará confiança.
Cristo, o Senhor, é nossa defesa; Cristo nunca nos deixará.
Texto: Menno Simons, 1552; tr. Esther Bergen, Mennonite World
Conference Songbook, 1990 Copyright c da tradução 1990 Mennonite World
Conference
Música: Johann Horn, Ein Gesangbuch der Bruder im Behemen und Merherrn, 1544; revisada em Catholicum Hymnologium Germanicum, 1584
Link para a partitura: http://www.hymnary.org/media/fetch/106650
Link para vídeo curto: https://www.youtube.com/watch?v=bOe3BBM_dM8
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Thursday, May 22, 2014
Sunday, December 22, 2013
Justiça Restaurativa
Intersections
Outono de 2013, volume 1, número 4
Compilado por Lorraine Stutzman Amstutz e Stephen Siemens
Justiça Restaurativa: a promessa e o desafio
(Início do texto)
O Comitê Central Menonita (MCC) tem uma história longa e pioneira de prática e teoria de justiça restaurativa tanto no Canadá como nos Estados Unidos. Por exemplo, Howard Zehr, o primeiro diretor da Secretaria de Crime e Justiça da MCC nos Estados Unidos tem o crédito de apresentar uma ótica diferente para olha nosso sistema legal e o crédito de conclamar um novo paradigma de justiça relacionada a crime. Essa mudança paradigmática envolvia mudar as perguntas feitas dentro de um sistema de justiça punitiva - "quais leis foram quebradas?","quem cometeu o crime?" e "qual deve ser a punição? - para um novo conjunto de perguntas focando no que a justiça requer de vítimas e perpetrador, questões como "quem foi ferido?", "quais necessidades surgiram do crime?", e "sobre quem recaem as obrigações de corrigir as coisas da melhor forma possível?"
Outono de 2013, volume 1, número 4
Compilado por Lorraine Stutzman Amstutz e Stephen Siemens
Justiça Restaurativa: a promessa e o desafio
(Início do texto)
O Comitê Central Menonita (MCC) tem uma história longa e pioneira de prática e teoria de justiça restaurativa tanto no Canadá como nos Estados Unidos. Por exemplo, Howard Zehr, o primeiro diretor da Secretaria de Crime e Justiça da MCC nos Estados Unidos tem o crédito de apresentar uma ótica diferente para olha nosso sistema legal e o crédito de conclamar um novo paradigma de justiça relacionada a crime. Essa mudança paradigmática envolvia mudar as perguntas feitas dentro de um sistema de justiça punitiva - "quais leis foram quebradas?","quem cometeu o crime?" e "qual deve ser a punição? - para um novo conjunto de perguntas focando no que a justiça requer de vítimas e perpetrador, questões como "quem foi ferido?", "quais necessidades surgiram do crime?", e "sobre quem recaem as obrigações de corrigir as coisas da melhor forma possível?"
Tuesday, November 05, 2013
Petição por Ricardo Esquívia, Colômbia
A
Asociación Sembrando Semillas de Paz (Sembrandopaz) emite uma AÇÃO URGENTE para
a segurança física e jurídica e direito à boa reputação e a um processo justo
de Ricardo Esquívia Ballestas, diretor desta
organização, assim como de outros líderes do processo comunitário da Zona da
Montanha Alta de El Carmen de Bolívar, Colômbia.
Ações
recomendadas
§ Manter
Ricardo Esquívia, os membros da equipe da Sembrandopaz e os líderes da
Zona da Montanha Alta de El Carmen de Bolívar em oração.
§ Espalhar
amplamente esta Ação Urgente.
§ Solicitar
ao Estado da Colômbia (veja as instruções aqui) para
se pronunciar sobre este problema e tomar todas as medidas cabíveis para assegurar
o respeito à vida, integridade física, direito a um processo justo e boa
reputação de Ricardo Esquívia, dos membros da equipe da Sembrandopaz e dos
líderes da Zona da Montanha Alta de El Carmen de Bolívar.
§ Solicitar
ao Estado colombiano que se pronuncie sobre esta questão e apoiar a
participação social e total implementação da Lei de Restituições de Terras e
Vítimas e rejeitar todas as ações contra este processo.
§ À
comunidade internacional, comunicar-se com seus representantes públicos e com a
embaixada colombiana em seu país para manifestar preocupação e solicitar apoio
para esta ação urgente.
§ Solicitar
ao Estado colombiano a garantia dos direitos a um processo justo e à
integridade física de Jorge Montes no seu local de prisão para que ele não seja
sujeitado à tortura e maus tratos.
Leis
e antecedentes
Fontes confiáveis
confirmaram uma ameaça iminente por autoridades colombianas contra a liberdade
de Ricardo Esquívia Ballestas e de membros do comitê de coordenação do
Movimento da Zona de Alta Montanha de El Carmen de Bolívar e contra a
legitimidade da Asociación Sembrando Semillas de Paz (Sembrandopaz).
A
Sembrandopaz foi fundada sob a liderança de Ricardo Esquívia Ballestas em 2005
com o apoio e patrocínio da Igreja Menonita da Colômbia com o objetivo de
acompanhar processos comunitários de justiça e de paz no Montes de María e
região caribenha da Colômbia. A Sembrandopaz é uma expressão ativa dos
valores da não-violência, da solidariedade e do amor ao próximo, com os quais a
Igreja Menonita mundial está comprometida desde seu início do século XVI.
Desde a sua formação inicial na Igreja Menonita, Ricardo Esquívia tem
acompanhado os processos de construção da paz, da dignidade humana e da
conciliação, ao lado de igrejas e comunidades locais na região dos Montes de
María por aproximadamente 40 anos.
Há um ano, a Sembrandopaz
iniciou o acompanhamento do movimento da Zona de Alta Montanha de El Carmen de
Bolívar, cujas comunidades organizadas pelos seus direitos a indenizações
integrais e transformadoras, um retorno digno à sua terra, garantias de não
repetição e apoio do estado para a solução das morte das culturas de abacate em
mais de 40 comunidades rurais da região de Montes de María.
O
movimento comunitário da Zona de Alta Montanha fez uma marcha pela paz de 5 a 8
abril de 2013 para exigir um diálogo com as autoridades locais, estaduais e
nacionais, que começou em San Jacinto em 7 de abril e continua até o
momento. O movimento tem contribuído para promover a conciliação entre as
comunidades antes divididas e fracionadas da Zona Alta Montanha e para
incentivar a participação dos cidadãos no diálogo.
Em 3 de setembro deste
ano [2013], apareceram folhetos na Zona de Alta Montanha em toda as comunidades
de Macayepo e Lazaro, ameaçando vários líderes do movimento, incluindo o
coordenador do movimento, Jorge Luis Montes Hernández. Esse documento
acusa os líderes de roubo, extorsão e associação com as FARC-EP e é assinado
por um grupo paramilitar de autodefesa, "Los Urabeños" e BACRIM.
Em 9 de
setembro [de 20213], o promotor de El Carmen de Bolívar convocou o líder
comunitário, Jorge Montes, para se apresentar em seu escritório e lá o prendeu
por meio de um mandado. Na audiência pré-julgamento, em 11 de setembro, o
Sr. Jorge Montes foi acusado dos crimes de pertencer à 35ª Frente das FARC-EP,
formação de quadrilha, homicídio, deslocamento forçado, extorsão e outros.
Segundo fontes
fidedignas, as ameaças contra Ricardo são semelhantes às ações e processos
iniciados contra ele por autoridades colombianas em 1989, 1993 e 2004, com base
em falsas acusações que foram posteriormente suspensas por falta de fundamento.
No final do mês de junho
deste ano, após o acompanhamento da Sembrandopaz na Marcha pela Paz da Zona de
Alta Montanha, dois membros internacionais da equipe da Sembrandopaz com vistos
religiosos temporários para apoiar a Igreja Menonita da Colômbia, Anna Vogt do
Canadá e Lariza Zehr dos Estados Unidos, foram convocados ao escritório de
Relações Exteriores da Colômbia para verificar a validade da sua situação
migratória, com a possibilidade de deportação. Este processo ainda não
foi resolvido.
Assine
a petição para interromper a perseguição política de Ricardo Esquívia e
trabalhadores colombianos de direitos humanos. Pare por um momento para escrever uma carta aos representantes do governo
colombiano e membros importantes da comunidade internacional.
----
Texto originalmente publicado em Inglês e Espanhol no Blog de Advocacy na América Latina do Comitê Central Canadense Menonita. Ver link aqui.
Thursday, May 03, 2012
Widening the Circle - 1
The Adult Education Committee at the Ottawa Mennonite Church is studying with the class the book "Widening the Circle: Experiments in Christian Discipleship", edited by Joanna Shenk.
The book writes about a variety of stories of Anabaptist 'intentional communities' primarily in the United States from the 1950s until today.
I decided to publish the notes that I brought to the group in the first class.
I made an intro saying that the book has mainly stores of these 'intentional communities'. They are individual and collective stories.
The circle to me speaks about borders of identities. Considering primarily the circle of 'institutional church', one could say that the book speaks of communities on the 'edge' of the circle. That is, these intentional communities at times have a continuos relationship with institutional churches, and at other times they have a break/disruption in the relationship.
I would go one step further and say that to me the circle itself is problematic, in the sense that in the moment the circle is defined it excludes. The circle defines who is in and who is out. The only way around it is to constantly question the circle, living 'inside' and 'outside' (that is, if the circle in fact exists).
We can list a number of criteria for defining circles. Here is a list of characteristics to look at when reading the history of these communities:
- The Circle: who's in and who's out? Who is in the communities and who's out of the communities?
- Is the community aware of the circle? That is, are they aware of exclusions?
- The historical context:
- Relation of the community to 'social movements'
- Bridges outside of the religious domain
- How much is the community a cause and a consequence of the events in History?
- Signs of dis/continuity
- History of breaking / uniting. Breaking with idea, institution, traditions.
- Denominational labels (specially Anabaptists)
- Ecumenism
- Relation to charismatics or 'spiritual practices'
- Culture, race and ethnicity
- How far do concerns go geographically? Are they concerned with the neighbourhood? Are they involved with issues in countries far away?
- Ethnic Mennonites versus Mennonites ?
- Raison d'être, Ethos
- Size and variations of size through time (does it matter? )
- Gender
- Leadership | power distribution and relations
- Politics
- Identification of the political actors (visible and invisible) and their relations: institutions, parties, local neighbourhoods, 'movements', causes, macro politics
- Economics and financials
- Shared resources
- Diversity of income and classes
- 'Viability': can the community survive and maintain itself?
- Overall diversity
- Historical legacy
Saturday, January 28, 2012
Comunidade Bijou Street: Anabatistas na Babilônia - parte 3
Tradução de trecho do livro "Widening the Circle: Experiments in Christian Discipleship".
Comunidade Bijou Street: Anabatistas na Babilônia ("Bijou Street Community: Anabaptists in Babylon")
Por Mary e Peter Sprunger-Froese
(Leia também a parte 2 aqui )
Congregações que vivem [de forma] simples, começando e participando em massa em atividades de protestos públicos, acolhendo os estranhos (sem-teto, sem-documento, homossexuais, soldados de consciência ferida, ou mercenários militares), ou criando círculos de discernimento de resistência contra impostos de guerra - esses são exemplos de protestos do corpo.
[...]
Comunidade Bijou Street: Anabatistas na Babilônia ("Bijou Street Community: Anabaptists in Babylon")
Por Mary e Peter Sprunger-Froese
(Leia também a parte 2 aqui )
Congregações que vivem [de forma] simples, começando e participando em massa em atividades de protestos públicos, acolhendo os estranhos (sem-teto, sem-documento, homossexuais, soldados de consciência ferida, ou mercenários militares), ou criando círculos de discernimento de resistência contra impostos de guerra - esses são exemplos de protestos do corpo.
[...]
Comunidade Bijou Street: Anabatistas na Babilônia - parte 2
Tradução de trecho do livro "Widening the Circle: Experiments in Christian Discipleship".
Comunidade Bijou Street: Anabatistas na Babilônia ("Bijou Street Community: Anabaptists in Babylon")
Por Mary e Peter Sprunger-Froese
(Leia também a parte 1 aqui )
Parte 2
O Começo em Colorado - por Mary
Quando nós saímos do ônibus em Colorado Springs em Março de 1979, uma mulher chamada Donna nos pegou. Fomos direto para a Casa Weber, onde ela e Mary Lynn estavam todas sujas fazendo posters que diziam "Fechem a Rocky Flats" (a fábrica de bombas perto de Denver). Nós descobrimos que a comunidade agora tinha mais que o dobro do seu tamanho em Novembro; uma freira Franciscana, um Metodista, e uma mulher Católica também haviam se juntado. Donna, que vivia separada, também fazia parte da comunidade Weber Street.
No próximo dia - três dias depois da falha do reator nuclear em Three Mile Island (28 de Março de 1979) nós distribuímos panfletos anti-nucleares para as pessoas no cinema que estava passando "The China Syndrome", um filme de ficção sobre catástrofe nuclear. Na semana seguinte, Semana Santa, nós jejuamos. [...]
Nos próximos anos, nossa comunidade continuou o trabalho de hospitalidade com os sem-teto, sopão, vigílias pela paz, demonstrações, palestras, visitas a escritórios de congressista e invasões a bases militares. Nós tínhamos reuniões semanais sobre como trabalhar com os residentes da casa-abrigo e reuniões Sábado à noite sobre tudo o mais. Nós também visitamos uma das igrejas Menonitas locais por alguns anos.
Bastante envolvidos com os protestos em Rocky Flats que engajou centenas de pessoas por vários anos, muitos de nós foram presos e encarcerados. Nós também entrávamos em bases do Exército e da Aeronáutica, às vezes com panfletos, às vezes só com orações. Uma vez nós levamos um forno solar e ferramentas de jardinagem para começar uma conversão de espadas-em-arado em uma base aérea. Outra vez nós tentamos executar uma prisão cidadã com um mandato em busca do comandante da base por crimes de guerra.
Essas ações surgiam de nossa vida juntos e nosso entendimento da necessidade de resistir ao uma forma de morte tão lucrativa para os poucos e tão destrutiva para os muitos. Momentos de oração e reuniões de "discernimento" precediam estes eventos. Amigos se juntavam a nós, fosse desafiando a lei ou oferecendo comida, oração, ligando e visitando. Mas nunca uma congregação participou nestes eventos ou ofereceu apoio. Seria porque nós não participávamos frequentemente na vida congregacional? Será que nossa comunidade era vista como exclusiva?
(Leia também a parte 3)
Comunidade Bijou Street: Anabatistas na Babilônia ("Bijou Street Community: Anabaptists in Babylon")
Por Mary e Peter Sprunger-Froese
(Leia também a parte 1 aqui )
Parte 2
O Começo em Colorado - por Mary
Quando nós saímos do ônibus em Colorado Springs em Março de 1979, uma mulher chamada Donna nos pegou. Fomos direto para a Casa Weber, onde ela e Mary Lynn estavam todas sujas fazendo posters que diziam "Fechem a Rocky Flats" (a fábrica de bombas perto de Denver). Nós descobrimos que a comunidade agora tinha mais que o dobro do seu tamanho em Novembro; uma freira Franciscana, um Metodista, e uma mulher Católica também haviam se juntado. Donna, que vivia separada, também fazia parte da comunidade Weber Street.
No próximo dia - três dias depois da falha do reator nuclear em Three Mile Island (28 de Março de 1979) nós distribuímos panfletos anti-nucleares para as pessoas no cinema que estava passando "The China Syndrome", um filme de ficção sobre catástrofe nuclear. Na semana seguinte, Semana Santa, nós jejuamos. [...]
Nos próximos anos, nossa comunidade continuou o trabalho de hospitalidade com os sem-teto, sopão, vigílias pela paz, demonstrações, palestras, visitas a escritórios de congressista e invasões a bases militares. Nós tínhamos reuniões semanais sobre como trabalhar com os residentes da casa-abrigo e reuniões Sábado à noite sobre tudo o mais. Nós também visitamos uma das igrejas Menonitas locais por alguns anos.
Bastante envolvidos com os protestos em Rocky Flats que engajou centenas de pessoas por vários anos, muitos de nós foram presos e encarcerados. Nós também entrávamos em bases do Exército e da Aeronáutica, às vezes com panfletos, às vezes só com orações. Uma vez nós levamos um forno solar e ferramentas de jardinagem para começar uma conversão de espadas-em-arado em uma base aérea. Outra vez nós tentamos executar uma prisão cidadã com um mandato em busca do comandante da base por crimes de guerra.
Essas ações surgiam de nossa vida juntos e nosso entendimento da necessidade de resistir ao uma forma de morte tão lucrativa para os poucos e tão destrutiva para os muitos. Momentos de oração e reuniões de "discernimento" precediam estes eventos. Amigos se juntavam a nós, fosse desafiando a lei ou oferecendo comida, oração, ligando e visitando. Mas nunca uma congregação participou nestes eventos ou ofereceu apoio. Seria porque nós não participávamos frequentemente na vida congregacional? Será que nossa comunidade era vista como exclusiva?
(Leia também a parte 3)
Comunidade Bijou Street: Anabatistas na Babilônia - parte 1
Tradução de trecho do livro "Widening the Circle: Experiments in Christian Discipleship".
Comunidade Bijou Street: Anabatistas na Babilônia ("Bijou Street Community: Anabaptists in Babylon")
Por Mary e Peter Sprunger-Froese
Em Novembro de 1978, nós começamos uma caminhada comunitária. Hoje, 35 anos depois, nós continuamos amando, aprendendo, persistindo e resistindo com uma comunidade de fé intencional em Colorado Springs [Estados Unidos]. Às vezes desgastados e com medo, às vezes esperançosos e determinados, nós damos graças por uma base Cristã nessa Meca militar. Nós anseiamos por mais - por igrejas, congregações que andem conosco, com quem possamos lutar, apoiar, discernir e servir - em uma cidade imersa em patriotismo Americano, cercada por cinco bases militares, inventada com pressuposições e instituições militares. Igrejas locais e organizações para-eclesiásticas enchem oito páginas nas nossas páginas amarelas. Quase unânime, elas apoiam e até animam esta realidade militar. Nós anseiamos por luz e testemunhas de um corpo que reconcilie todas as coisas em Cristo, que redima aqueles deixados de fora, e que resista a "César" e a seu império.
Recém casados, visitamos Colorado Springs em Novembro de 1978. Estávamos associados à nossa amiga Hedy Sawadsky [...].
Por várias horas ouvimos falar da comunidade Weber Street. Os dois casais mantinham um sopão e uma casa-abrigo para sem-tetos, enquanto protestavam ativamente [contra a] guerra e orando por paz. Eles se inspiravam no movimento Catholic Worker [Trabalhador Católico] - comunidades seguindo o exemplo de Dorothy Day e Peter Maurin, pacifistas Católicos que viviam entre os pobres enquanto advogavam e amotinavam por uma "nova sociedade dentro da casca da velha".
Steve e Mary Lynn haviam apoiado objetores de consciência durante a Guerra do Vietnã. Steve era um ex-padre que perdeu suas credenciais por causa da reação negativa por seus esforços anti-guerra enquanto servia a uma congregação com muitos membros militares - a norma em Colorando Springs, o que viríamos a descobrir. A comunidade buscava ser uma testemunha de paz de várias formas. Steve e Mary Lynn iam a uma paróquia Católica, e Larry e Laurie [Hesed] eram membros de uma igreja Menonita. Eles deixavam claro que essa era uma comunidade de "trabalho", não uma igreja. Um entendimento comum dos evangelhos era a base para sua visão e trabalho. A participação em igreja podia ser escolhida como cada pessoa quisesse.
Essa comunidade tinha uma bolsa comum de dinheiro e recursos compartilhados, e membros da comunidade tinham empregos de meio-período para manterem-se e viverem abaixo do nível de impostos como resistentes e advogados de um modo de viver simples.
Tradução de Gustavo K-fé Frederico
(leia também a parte 2)
Comunidade Bijou Street: Anabatistas na Babilônia ("Bijou Street Community: Anabaptists in Babylon")
Por Mary e Peter Sprunger-Froese
Em Novembro de 1978, nós começamos uma caminhada comunitária. Hoje, 35 anos depois, nós continuamos amando, aprendendo, persistindo e resistindo com uma comunidade de fé intencional em Colorado Springs [Estados Unidos]. Às vezes desgastados e com medo, às vezes esperançosos e determinados, nós damos graças por uma base Cristã nessa Meca militar. Nós anseiamos por mais - por igrejas, congregações que andem conosco, com quem possamos lutar, apoiar, discernir e servir - em uma cidade imersa em patriotismo Americano, cercada por cinco bases militares, inventada com pressuposições e instituições militares. Igrejas locais e organizações para-eclesiásticas enchem oito páginas nas nossas páginas amarelas. Quase unânime, elas apoiam e até animam esta realidade militar. Nós anseiamos por luz e testemunhas de um corpo que reconcilie todas as coisas em Cristo, que redima aqueles deixados de fora, e que resista a "César" e a seu império.
Recém casados, visitamos Colorado Springs em Novembro de 1978. Estávamos associados à nossa amiga Hedy Sawadsky [...].
Por várias horas ouvimos falar da comunidade Weber Street. Os dois casais mantinham um sopão e uma casa-abrigo para sem-tetos, enquanto protestavam ativamente [contra a] guerra e orando por paz. Eles se inspiravam no movimento Catholic Worker [Trabalhador Católico] - comunidades seguindo o exemplo de Dorothy Day e Peter Maurin, pacifistas Católicos que viviam entre os pobres enquanto advogavam e amotinavam por uma "nova sociedade dentro da casca da velha".
Steve e Mary Lynn haviam apoiado objetores de consciência durante a Guerra do Vietnã. Steve era um ex-padre que perdeu suas credenciais por causa da reação negativa por seus esforços anti-guerra enquanto servia a uma congregação com muitos membros militares - a norma em Colorando Springs, o que viríamos a descobrir. A comunidade buscava ser uma testemunha de paz de várias formas. Steve e Mary Lynn iam a uma paróquia Católica, e Larry e Laurie [Hesed] eram membros de uma igreja Menonita. Eles deixavam claro que essa era uma comunidade de "trabalho", não uma igreja. Um entendimento comum dos evangelhos era a base para sua visão e trabalho. A participação em igreja podia ser escolhida como cada pessoa quisesse.
Essa comunidade tinha uma bolsa comum de dinheiro e recursos compartilhados, e membros da comunidade tinham empregos de meio-período para manterem-se e viverem abaixo do nível de impostos como resistentes e advogados de um modo de viver simples.
Tradução de Gustavo K-fé Frederico
(leia também a parte 2)
Equipes Cristãs de Ação pela Paz: Uma Caminhada de Libertação (trecho)
Trecho do livro "Widening the Circle: Experiments in Christian Discipleship".
Trecho do capítulo "Equipes Cristãs de Ação pela Paz: Uma Caminhada de Libertação" (Christian Peacemaker Teams: The Journey of Liberation)
Por Tim Nafziger
[...]
A Fundação das Equipes Cristãs de Ação pela Paz (CPT)
Em 1984, Ron Sider fez um discurso na Conferência Mundial Menonita em Strasbourg, na França. O discurso acabou simbolizando a fundação das Equipes Cristãs de Ação pela Paz (CPT). Sider expôs uma visão grandiosa de pacificadores às centenas de milhares descendo em zonas de conflito trazendo justiça aos oprimidos e paz a facções em guerra:
A menos que nós estejamos prontos a morrer aos milhares em novas tentativas dramáticas e fortes pela paz e justiça, nós devemos tristemente confessar que nós nunca realmente quisemos dizer o que dissemos, e que não devemos nunca sussurrar uma outra só palavra sobre pacifismo às nossas irmãs e aos nossos irmãos naquelas terras desesperadas cheias de injustiça.
Para a maioria dos Menonitas até então, alternativas para a guerra haviam sido na maioria das vezes colocadas em termos de serviço voluntário. Objetores de consciência durante a II Guerra Mundial e Vietnã gastaram seus tempos trabalhando em silêncio como serventes em hospitais ou como parte dos Civilian Conservation Corps em parques nacionais. A visão de Sider de adentrar ousadamente no palco mundial como protetores dos pobres e oprimidos foi animadora e profundamente atraente. Líderes de igreja Anabatistas pediram que a Seção de Paz do Comitê Central Menonita explorasse mais a ideia.
Frequentemente passavam-se desapercebidas histórias de ativistas pacifistas que estavam fazendo trabalho de acompanhamento em silêncio em áreas em conflito por décadas. Hedy Sawadsky - membro do comitê diretivo das CPT de 1986 a 2010 é um bom exemplo desse padrão.
Similarmente, Gene Stoltzfus e Dorothy Friesen trabalharam ao lado de Filipinos, desafiando o regime de Marcos. Marilen Abesamius, uma Filipina que trabalhou com Gene e Dorothy, disse "... A caminhada de Gene conosco durante aqueles momentos difíceis nos ajudou imensamente mas também ajudou-o a transformar sua parte do mundo, e no seu testemunho criativo pela paz global - reverberando assim como a vibração de uma borboleta - através do mundo."
Uma dessas reverberações foi a crianção do Synapses, fundada em 1981 por Gene e Dorothy, junto com Joan Gerig e Orlando Redekopp depois que voltaram do trabalho com o Comitê Central Menonita fora dos Estados Unidos. Synapses trabalhou para apoiar a luta pela paz e justiça nas Filipinas, América Central, e África do Sul. A co-diretora atual da CPT Carol Rose e a coordenadora de treinamento da CPT Kryss Chupp trabalharam com a Synapses no início dos anos 80.
Em 1983, Kryss e Gene faziam parte da delegação para Honduras e Nicarágua e viram em primeira-mão a devastação dos ataques dos Contras financiados pelo governo dos Estados Unidos. Os Contras eram grupos armados lutando para derrubar o governo Sandinista na Nicarágua. A delegação também testemunhou as mentiras que apoiaram a guerra. "Nós falávamos sobre como trabalhar com um governo que mente constantemente", disse Steve Wiebe-Johnson, que esteve na viagem. "Como a igreja responde?"
Mas entre as igrejas pacifistas históricas, o chamado baseado nos evangelhos a desafiar a opressão do governo dos Estados Unidos estava limitado a uma pequena minoria. Junto àqueles já nomeados acima, Bob Hull, Peter e Mary Sprunger-Froese [...], Al Zook, e Peter Ediger estavam ativamente desafiando o militarismo dos Estados Unidos de várias formas. Depois do discurso de Sider, esses ativistas, já compromissados em trabalhar por justiça e desafiando o império, se deram conta de que havia uma oportunidade de atrair um grupo maior. Essa visão de pacificação, eles concordavam, incluía táticas como ação direta não-violenta e advocacia política.
Em 1986, Gene ajudou a reunir líderes de igrejas pacifistas históricas, bem como ativistas, para falar sobre como que este movimento poderia ser. Como Gene posteriormente descreveu este encontro nas Torres Techny em Chicago, "Deus concedeu um espírito de unidade ao encontro de cem pessoas e enviamos um chamado para a formação da CPT". Dorothy e Hedy, nomeadas como membros-gerais ativistas do primeiro comitê organizador, trabalharam muito nas reuniões de planejamento para manter a CPT direcionada para a ação e engajamento com o mundo ao invés "da produção de literatura de paz". Em 1988, Gene foi nomeado diretor da nova organização.
[...]
Tradução de Gustavo K-fé Frederico
Trecho do capítulo "Equipes Cristãs de Ação pela Paz: Uma Caminhada de Libertação" (Christian Peacemaker Teams: The Journey of Liberation)
Por Tim Nafziger
[...]
A Fundação das Equipes Cristãs de Ação pela Paz (CPT)
Em 1984, Ron Sider fez um discurso na Conferência Mundial Menonita em Strasbourg, na França. O discurso acabou simbolizando a fundação das Equipes Cristãs de Ação pela Paz (CPT). Sider expôs uma visão grandiosa de pacificadores às centenas de milhares descendo em zonas de conflito trazendo justiça aos oprimidos e paz a facções em guerra:
A menos que nós estejamos prontos a morrer aos milhares em novas tentativas dramáticas e fortes pela paz e justiça, nós devemos tristemente confessar que nós nunca realmente quisemos dizer o que dissemos, e que não devemos nunca sussurrar uma outra só palavra sobre pacifismo às nossas irmãs e aos nossos irmãos naquelas terras desesperadas cheias de injustiça.
Para a maioria dos Menonitas até então, alternativas para a guerra haviam sido na maioria das vezes colocadas em termos de serviço voluntário. Objetores de consciência durante a II Guerra Mundial e Vietnã gastaram seus tempos trabalhando em silêncio como serventes em hospitais ou como parte dos Civilian Conservation Corps em parques nacionais. A visão de Sider de adentrar ousadamente no palco mundial como protetores dos pobres e oprimidos foi animadora e profundamente atraente. Líderes de igreja Anabatistas pediram que a Seção de Paz do Comitê Central Menonita explorasse mais a ideia.
Frequentemente passavam-se desapercebidas histórias de ativistas pacifistas que estavam fazendo trabalho de acompanhamento em silêncio em áreas em conflito por décadas. Hedy Sawadsky - membro do comitê diretivo das CPT de 1986 a 2010 é um bom exemplo desse padrão.
Similarmente, Gene Stoltzfus e Dorothy Friesen trabalharam ao lado de Filipinos, desafiando o regime de Marcos. Marilen Abesamius, uma Filipina que trabalhou com Gene e Dorothy, disse "... A caminhada de Gene conosco durante aqueles momentos difíceis nos ajudou imensamente mas também ajudou-o a transformar sua parte do mundo, e no seu testemunho criativo pela paz global - reverberando assim como a vibração de uma borboleta - através do mundo."
Uma dessas reverberações foi a crianção do Synapses, fundada em 1981 por Gene e Dorothy, junto com Joan Gerig e Orlando Redekopp depois que voltaram do trabalho com o Comitê Central Menonita fora dos Estados Unidos. Synapses trabalhou para apoiar a luta pela paz e justiça nas Filipinas, América Central, e África do Sul. A co-diretora atual da CPT Carol Rose e a coordenadora de treinamento da CPT Kryss Chupp trabalharam com a Synapses no início dos anos 80.
Em 1983, Kryss e Gene faziam parte da delegação para Honduras e Nicarágua e viram em primeira-mão a devastação dos ataques dos Contras financiados pelo governo dos Estados Unidos. Os Contras eram grupos armados lutando para derrubar o governo Sandinista na Nicarágua. A delegação também testemunhou as mentiras que apoiaram a guerra. "Nós falávamos sobre como trabalhar com um governo que mente constantemente", disse Steve Wiebe-Johnson, que esteve na viagem. "Como a igreja responde?"
Mas entre as igrejas pacifistas históricas, o chamado baseado nos evangelhos a desafiar a opressão do governo dos Estados Unidos estava limitado a uma pequena minoria. Junto àqueles já nomeados acima, Bob Hull, Peter e Mary Sprunger-Froese [...], Al Zook, e Peter Ediger estavam ativamente desafiando o militarismo dos Estados Unidos de várias formas. Depois do discurso de Sider, esses ativistas, já compromissados em trabalhar por justiça e desafiando o império, se deram conta de que havia uma oportunidade de atrair um grupo maior. Essa visão de pacificação, eles concordavam, incluía táticas como ação direta não-violenta e advocacia política.
Em 1986, Gene ajudou a reunir líderes de igrejas pacifistas históricas, bem como ativistas, para falar sobre como que este movimento poderia ser. Como Gene posteriormente descreveu este encontro nas Torres Techny em Chicago, "Deus concedeu um espírito de unidade ao encontro de cem pessoas e enviamos um chamado para a formação da CPT". Dorothy e Hedy, nomeadas como membros-gerais ativistas do primeiro comitê organizador, trabalharam muito nas reuniões de planejamento para manter a CPT direcionada para a ação e engajamento com o mundo ao invés "da produção de literatura de paz". Em 1988, Gene foi nomeado diretor da nova organização.
[...]
Tradução de Gustavo K-fé Frederico
Vida em Comunidade: Uma Caminhada Ilustrada
Trecho do livro "Widening the Circle: Experiences in Christian Discipleship" (Aumentando o círculo: Experiências em Discipulado Cristão)
Trecho inicial do artigo
Vida em Comunidade: Uma Caminhada Ilustrada
Por Dawn Longenecker com ilustrações de Sam Jerome [N.T.: ilustrações presentes no original]
Através da palavra e da imagem, siga a caminhada de Dawn Longenecker por várias comunidades cristãs. Formado na tradição Menonita como um pacificador, Dawn nem sempre escolheu permanecer dentro de contextos de igrejas Menonitas. Sua história mostra que a participação em uma comunidade intencional pode ser um compromisso para a vida inteira, seja casada ou solteira, com ou sem filhos. Ela desafia os leitores a levar a sério o chamado de Jesus de buscar justiça e trabalhar por reconciliação, sem importar seus contextos de igreja.
Eu cresci na Igreja Menonita. Na Igreja Menonita Lebanon (Lebanon, Oregon, EUA), meu pai, Dan, era o pastor e professor de Escola Bíblica Dominical. Eu lembro que ele compartilhou a sua história de serviço no 1-W [N.T: leia aqui) como um jovem ao invés de servir nas forças militares. Isto causou um forte impacto em mim enquanto eu pensava sobre meu próprio chamado para ser pacificador.
Na Igreja Menonita Line Lexington (Lexington, Pennsylvania, EUA) onde meu pai também pastoreou, eu lembro que o pastor de jovens ajudou-nos a nós todos adolescentes a escrevermos nossas próprias declarações de Objetores de Consciência. Mesmo sendo eu mulher e que não tivesse que me preocupar em ser convocada [compulsoriamente para o serviço militar], me explicaram que este era um processo importante para todos os membros da Igreja Menonita. Eu ainda creio que isto é verdade.
Ir à Universidade Menonita Ocidental (então uma Faculdade) foi uma experiência aprofundadora. Ali fui desafiada a pensar sobre pacificação como "ativa" e não "passiva". Este entendimento levou-me à Comunidade Sojourners [N.T. Peregrinos] e sua pacificação ativa e testemunho público em culto nos meu tempo depois dos estudos.
Passei meu segundo ano de Faculdade em Washington, D.C., [EUA], através do programa Ano de Serviço de Estudos de Washington patrocinado pela Faculdade Menonita Ocidental (o programa mudou de nome para "Programa Acadêmico Washington" alguns anos atrás).
Eu aprendia sobre justiça social e a necessidade de cristãos responsabilizarem instituições e governos para servir à humanidade e a fazer jus aos princípios de justiça e paz para todas as pessoas. Ensinaram-nos a manter em tensão o valor de instituições, as quais são necessárias na sociedade, com o reconhecimento de que instituições podem tornarem-se ferramentas para aqueles no poder para promover e manter um status quo, o qual frequentemente trabalha contra a justiça para os pobres.
Eram os anos de 1977-1978 e um grupo cristão radical em D.C. chamado Comunidade Pela Não-Violência Criativa [Community for Creative Non-Violence] (CCNV) estava ativo na luta pelos direitos dos sem-tetos.
Mitch Snyder, o seu líder, que havia sido anteriormente sem-teto e preso por roubo, tornou-se um advogado efetivo por esta causa. Ele converteu-se ao Cristianismo pelos irmãos Berrigan, ativistas pacifistas que gastaram tempo na cadeia com ele.
[ Os irmãos Daniel e Philip Berrigan, ativistas Cristãos não-violentos, ficaram muito conhecidos publicamente nos anos 60 quando queimaram cartões de convocação para o serviço militar em protesto contra a guerra.]
Mitch aprendeu que atos não-violentos de desobediência civil podem ser usados para confrontarem instituições que não estão honrando os direitos básicos das pessoas. Uma vez Mitch levou o CCNV a servir uma refeição aos senadores e membros do Congresso no shopping no centro com comida recuperada do lixo para mostrar quanta comida é gasta enquanto pessoas passam fome.
CCNV enviou um pedido às igrejas da área para abrir suas portas para os sem-teto em um período quando o desabrigo urbano batia recorde. Um grande número de pessoas estavam tendo alta dos hospitais psiquiátricos na área de D.C. sem lugar para ir.
A Igreja Memorial Luther Place foi uma de duas igrejas no centro que abriu suas portas, permitindo que sem-tetos dormissem no santuário. Eu servi como voluntária nessa igreja de 1977 a 1978, quando eles estavam abrigando os sem-tetos. Depois que eu me formei na Faculdade, ainda sentindo-me impulsionada pelo seu ministério e advocacia, trabalhei no seu abrigo por mais um ano.
Esta era uma instituição de igreja que estava respondendo a necessidades humanas básicas, tendo sido compelida a fazê-lo por um grupo comunitário Cristão menor e mais radical. Eu vi uma instituição ser mudada. Eu fui inspirada.
Durante este período, o CCNV continuou sua pressão implacável sobre o governo federal até que finalmente Ronald Reagan cedeu um dos prédios de D.C. para uso como abrigo. Hoje ainda o CCNV opera neste prédio, o maior abrigo de sem-tetos em D.C. Situa-se na Avenida Mitch Snyder em homenagem à batalha implacável de Mitch em favor daqueles com mais necessidades na nossa cidade.
Através dessa experiência, aprendi que as pessoas de fé precisam desafiar as instituições. Aprendi que as instituições que criamos como sociedade (tanto sem fins lucrativos como com fins lucrativos), embora necessárias, várias vezes tornam-se arraigadas e rígidas. Quando focam na sobrevivência institucional elas operam em oposição direta às maiores necessidades das pessoas.
Aprendi que organizar a comunidade e testemunhar publicamente por preocupações sociais não são coisas que pessoas seculares fazem, mas obras que pessoas de fé precisam fazer também. Na verdade, quando pessoas de fé envolvem-se mais ativamente, elas renovam a igreja.
Eu fui inspirada ao permanecer no meu compromisso de fé, a pesar de vários amigos meus deixarem a igreja. Eu me dei conta de que comunidades de fé como a CCNV e a Igreja Memorial Luther Place eram luz para nós outros, impelindo-nos a levantarmos e sermos pacificadores ativos.
Tradução de Gustavo K-fé Frederico
Trecho inicial do artigo
Vida em Comunidade: Uma Caminhada Ilustrada
Por Dawn Longenecker com ilustrações de Sam Jerome [N.T.: ilustrações presentes no original]
Através da palavra e da imagem, siga a caminhada de Dawn Longenecker por várias comunidades cristãs. Formado na tradição Menonita como um pacificador, Dawn nem sempre escolheu permanecer dentro de contextos de igrejas Menonitas. Sua história mostra que a participação em uma comunidade intencional pode ser um compromisso para a vida inteira, seja casada ou solteira, com ou sem filhos. Ela desafia os leitores a levar a sério o chamado de Jesus de buscar justiça e trabalhar por reconciliação, sem importar seus contextos de igreja.
Eu cresci na Igreja Menonita. Na Igreja Menonita Lebanon (Lebanon, Oregon, EUA), meu pai, Dan, era o pastor e professor de Escola Bíblica Dominical. Eu lembro que ele compartilhou a sua história de serviço no 1-W [N.T: leia aqui) como um jovem ao invés de servir nas forças militares. Isto causou um forte impacto em mim enquanto eu pensava sobre meu próprio chamado para ser pacificador.
Na Igreja Menonita Line Lexington (Lexington, Pennsylvania, EUA) onde meu pai também pastoreou, eu lembro que o pastor de jovens ajudou-nos a nós todos adolescentes a escrevermos nossas próprias declarações de Objetores de Consciência. Mesmo sendo eu mulher e que não tivesse que me preocupar em ser convocada [compulsoriamente para o serviço militar], me explicaram que este era um processo importante para todos os membros da Igreja Menonita. Eu ainda creio que isto é verdade.
Ir à Universidade Menonita Ocidental (então uma Faculdade) foi uma experiência aprofundadora. Ali fui desafiada a pensar sobre pacificação como "ativa" e não "passiva". Este entendimento levou-me à Comunidade Sojourners [N.T. Peregrinos] e sua pacificação ativa e testemunho público em culto nos meu tempo depois dos estudos.
Passei meu segundo ano de Faculdade em Washington, D.C., [EUA], através do programa Ano de Serviço de Estudos de Washington patrocinado pela Faculdade Menonita Ocidental (o programa mudou de nome para "Programa Acadêmico Washington" alguns anos atrás).
Eu aprendia sobre justiça social e a necessidade de cristãos responsabilizarem instituições e governos para servir à humanidade e a fazer jus aos princípios de justiça e paz para todas as pessoas. Ensinaram-nos a manter em tensão o valor de instituições, as quais são necessárias na sociedade, com o reconhecimento de que instituições podem tornarem-se ferramentas para aqueles no poder para promover e manter um status quo, o qual frequentemente trabalha contra a justiça para os pobres.
Eram os anos de 1977-1978 e um grupo cristão radical em D.C. chamado Comunidade Pela Não-Violência Criativa [Community for Creative Non-Violence] (CCNV) estava ativo na luta pelos direitos dos sem-tetos.
Mitch Snyder, o seu líder, que havia sido anteriormente sem-teto e preso por roubo, tornou-se um advogado efetivo por esta causa. Ele converteu-se ao Cristianismo pelos irmãos Berrigan, ativistas pacifistas que gastaram tempo na cadeia com ele.
[ Os irmãos Daniel e Philip Berrigan, ativistas Cristãos não-violentos, ficaram muito conhecidos publicamente nos anos 60 quando queimaram cartões de convocação para o serviço militar em protesto contra a guerra.]
Mitch aprendeu que atos não-violentos de desobediência civil podem ser usados para confrontarem instituições que não estão honrando os direitos básicos das pessoas. Uma vez Mitch levou o CCNV a servir uma refeição aos senadores e membros do Congresso no shopping no centro com comida recuperada do lixo para mostrar quanta comida é gasta enquanto pessoas passam fome.
CCNV enviou um pedido às igrejas da área para abrir suas portas para os sem-teto em um período quando o desabrigo urbano batia recorde. Um grande número de pessoas estavam tendo alta dos hospitais psiquiátricos na área de D.C. sem lugar para ir.
A Igreja Memorial Luther Place foi uma de duas igrejas no centro que abriu suas portas, permitindo que sem-tetos dormissem no santuário. Eu servi como voluntária nessa igreja de 1977 a 1978, quando eles estavam abrigando os sem-tetos. Depois que eu me formei na Faculdade, ainda sentindo-me impulsionada pelo seu ministério e advocacia, trabalhei no seu abrigo por mais um ano.
Esta era uma instituição de igreja que estava respondendo a necessidades humanas básicas, tendo sido compelida a fazê-lo por um grupo comunitário Cristão menor e mais radical. Eu vi uma instituição ser mudada. Eu fui inspirada.
Durante este período, o CCNV continuou sua pressão implacável sobre o governo federal até que finalmente Ronald Reagan cedeu um dos prédios de D.C. para uso como abrigo. Hoje ainda o CCNV opera neste prédio, o maior abrigo de sem-tetos em D.C. Situa-se na Avenida Mitch Snyder em homenagem à batalha implacável de Mitch em favor daqueles com mais necessidades na nossa cidade.
Através dessa experiência, aprendi que as pessoas de fé precisam desafiar as instituições. Aprendi que as instituições que criamos como sociedade (tanto sem fins lucrativos como com fins lucrativos), embora necessárias, várias vezes tornam-se arraigadas e rígidas. Quando focam na sobrevivência institucional elas operam em oposição direta às maiores necessidades das pessoas.
Aprendi que organizar a comunidade e testemunhar publicamente por preocupações sociais não são coisas que pessoas seculares fazem, mas obras que pessoas de fé precisam fazer também. Na verdade, quando pessoas de fé envolvem-se mais ativamente, elas renovam a igreja.
Eu fui inspirada ao permanecer no meu compromisso de fé, a pesar de vários amigos meus deixarem a igreja. Eu me dei conta de que comunidades de fé como a CCNV e a Igreja Memorial Luther Place eram luz para nós outros, impelindo-nos a levantarmos e sermos pacificadores ativos.
Tradução de Gustavo K-fé Frederico
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