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Friday, March 12, 2010

Comunidades Eclesiais de Base

"COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE (CEBs)
 As CEBs são a presença da Igreja em tais movimentos [os populares], captando, refletindo e atuando numa linha crítica. [...]
   As CEBs, que surgiram no início da década de 60, estavam ainda mais voltadas para a vida interna da Igreja, para os aspectos religiosos e espirituais. Pouco a pouco, através, sobretudo, de uma crescente e feliz articulação entre fé e vida, entre Palavra de Deus e luta popular, entre celebração litúrgica e celebração da vida diária, as CEBs participam maiormente dos núcleos  populares de luta reivindicativa - luta por água, esgoto, escola, transporte, posto de saúde, creche, luz, asfalto  etc,... luta de apoio a outras iniciativas, luta de denúncia a violações de direitos humanos, luta de resistência, sobretudo à repressão política, à expulsão da terra ou do lote clandestino, ao despejo do barraco etc ... Mais exatamente, a CEB reforça sua consciência de base nessas lutas. Participa assim do grande movimento e clima de libertação geral. E o aspecto eclesial, por sua vez, é realçado no contato com a Palavra de Deus, com os agentes de pastoral [...]
  Nas CEBs, vive-se intensamente a pastoral da libertação. [...]
  No interior das CEBs, desenvolveu-se e desenvolve-se ainda uma espiritualidade popular e libertária. Ela está profundamenteancorada na religiosidade popular. Em geral, esta religiosidade é antes considerada obstáculo à emergência da TdL que fautora da mesma. Tal interpretação vem, sem dúvida, de uma visão elitista. Pois há uma mística popular, alimentada pela fé, que resistiu aos embates de uma racionalização e secularização, que poderiam acoplar com os movimentos de libertação, mas que nunca permitiriam nascer uma teologia. Foi esta religiosidade que permitiu a articulação fé e vida, de que falávamos acima. Ela não é alienada, uma vez que reúne o povo, convoca-o à solidariedade, à luta. E a TdL, em suas formas mais recentes, tem procurado valorizar esse veio, dando-lhe o realce que merece nas suas reflexões."

Trecho do livro "Teologia da Libertação: roteiro didático para um estudo", João Batista Libânio, Edições Loyola, 1987, p. 78

(Grifos meus)


  

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