Fonte: http://www.religion-online.org/showchapter.asp?title=1573&C=1521
Leia também a parte anterior, a parte 3.
Esta redescoberta do mundo no movimento missionário teve repercussões no movimento ecumênico como um todo. Colin W. Williams fala de uma mudança radical no foco do movimento ecumênico. Ele ressalta o fato de que no período entre as Assembléias do CMI de Amsterdã (1948) e Evanston (1954), sentiu-se que a procura por uma tradição comum por trás das várias tradições era mais um olhar para dentro, e portanto, a pessoa deve não somente procurar continuidades visíveis (como Palavra e Sacramento) mas também o evento da obediência à missão de Cristo. Unidade é dada não somente em continuidades históricas; é um presente que é recebido apenas quando o chamado para missão é obedecido. Neste período deu-se conta de que não é suficiente tenter resolver os problemas de eclesiologia adicionando 'missão' à marca clássica da igreja. O que é necessário é mover a eclesiologia para fora do centro da preocupação teológica, pois assim que a eclesiologia torna-se central, ela é falsificada. O caminho para uma verdadeira eclesiologia deve ser
indireta, pois a igreja foi feita não para ser um fim em si mesma mas a serva da missão de Deus no mundo.
Pelo final da década de 60, emergiu no movimento ecumênico um consenso geral de que os problemas eclesiológicos poderiam somente serem resolvidos ao ir primeiro além da igreja e fazendo a pergunta sobre a missão de Deus no mundo. Teólogos falaram da igreja em termos funcionais, como um projeto - um caminho de obediência que deve ser continuamente moldado dentro da situação particular na história sob a luz do propósito derradeiro de Deus para a história. Eles afirmaram que o papel da igreja não era atrair o mundo para dentro da ordem da igreja. Nós devemos parar de pensar na salvação derradeira do mundo como um processo no qual o Senhorio de Cristo sobre o seu Corpo é expandido até que enfim ele atrai o mundo inteiro para dentro do seu domínio. A igreja é a serva da luta de Cristo para trazer nova vida às comunidades do mundo, à Sua criação como um todo. A luta para revelar o Senhorio de Cristo sobre sua criação deve ser relacionada às verdadeiras lutas do povo nas estruturas sociais e políticas de nosso tempo. A igreja pode ser a igreja somente sendo a comunidade da obediência a Cristo dentro das estruturas de vida onde a existência humana já é encenada. "A Casa de Deus não é a Igreja mas o mundo, onde a Igreja habita e trabalha como sua serva."
Colin Williams faz a pergunta: "aonde devemos procurar pela Igreja?" Ele diz que a igreja é um evento; é onde o povo de Deus toma a forma de servo ao redor das necessidades e esperanças do mundo - como servos de Cristo e portanto servos da humanidade. Isto significa que [a] igreja é chamada para se mudar para dentro do mundo como Cristo ainda se move no mundo. Cristo não veio como alguém despejando respostas pré-estabelecidas, aquele que traria uma ordem eterna imutável para dentro de nossa ordem temporal mutável. Ele veio como um participante integral na história. Ele veio como alguém cuja liberdade foi sua completa liberdade para as necessidades do mundo, mudando-se de detrás das barricadas da segurança e ordem assumidas para estender a mão para os excluídos [da] comunidade, criando [a] força do amor servil. Além da sua aparente derrota, ele revelou o poder de seu amor para criar nos seus discípulos a fé e a coragem para tornarem-se participantes no caminho do serviço. E esses participantes são a igreja - os seguidores do caminho.
Colin Williams afirma que a direção da eclesiologia nos anos 60 foi um movimento na direção contrária da pergunta de ontem sobre aonde a igreja verdadeira se acha dentro da ordem estabelecida da Cristandade, e [na direção] da pergunta de hoje sobre onde a igreja viva deve acontecer como testemunha da presença de Cristo no mundo. Esta nova direção era muito mais vista nas deliberações da Conferência Igreja e Sociedade em 1966 e na Assembléia de Uppsala da CMI em 1968.
(grifo do K-fé)
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