Trecho do livro "Jesus Cristo libertador: ensaio de cristologia crítica para o nosso tempo". Editora Vozes, ISBN 978-85-326-0640-2, p. 72
"Ele [Cristo] derrubou todos os muros, do sacro e do profano, das convenções, do legalismo, das divisões entre os homens e entre os sexos, dos homens com Deus, porque agora todos têm acesso a Ele e podem dizer 'Abba, Pai' (Ef 3,18; cf. Gl 4,6; Rm 8,15) [...] Daí que ele não funda uma escola a mais, nem elabora um novo ritual de oração, nem prescreve uma super-moral. Mas atinge uma dimensão e rasga um horizonte que obriga tudo a se revolucionar, a se rever e a se converter."
"Nada que afete o homem e sua história está isento da necessidade e da possibilidade de colocar-se em submissão a Cristo, e nada, portanto, está fora da esfera do interesse cristão e missionário. A missão integral é uma consequência lógica da soberania universal de Jesus Cristo.
Sob esta perspectiva, a missão da igreja não pode restringir-se à pregação dos princípios do evangelho. Ela é orientada pelo propósito de Deus, que se cumprirá em seu devido tempo, de 'unir sob o mando de Cristo todas as coisas, tanto no céu como na terra.' Consequentemente, ela rejeita a dicotomia entre o secular e o sagrado e se transforma em um fermento que age sobre toda a massa."Trecho do livro "O Que é Missão Integral?" por C. René Padilla, Editora Ultimato, ISBN 978-85-7779-031-9. p. 117
Quais as diferenças que os amigos e as amigas vêem entre as duas abordagens nas características de 'fusão categórica' do secular e do sagrado? No primeiro parágrafo fica mais claro que a dicotomia entre sacro e profano é implodida por assim dizer pela pessoa de Cristo. No segundo parágrafo o fator causal não me parece tão claro, aludindo-se à autoridade de Cristo. Poder-se-ia dizer com o segundo parágrafo que a referida rejeição de dicotomia é também uma implosão?
(sobre a última citação, ver também o post "Missão Integral: missão e submissão")