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Saturday, August 01, 2009

Histórias Verídicas do Pajé Raoni - 6 - Minha Conversão

Eu tinha uns 7 anos de idade. Minha mãe e eu entramos num táxi no Rio de Janeiro. O motorista parecia muito convicto e devoto, pois havia adesivos e outros penduricalhos dentro do carro. Logo de início me perguntou:
- Pra que time você torce?
- Eu não sei bem... Acho que torço pro Grêmio, mas meu pai é Fluminense. Meus tios torcem pro Bangu.
- Como assim Grêmio, Fluminense e Bangu? Você tem que ser é Flamenguista! O Flamengo é que é o melhor time do mundo.
Seu entusiasmo foi contagiante. Pronto: me tornei um Flamenguista na hora.
Voltando a Porto Alegre, me sentia um pouco dividido. Afinal, estando lá a pressão era grande por escolher um time local. Sempre gostei do Grêmio, apesar de entender que a norma era ter um time. Ia inclusive de vez em quando aos jogos no Domingo. Devo ter ido a mais jogos do Grêmio que do Flamengo.
Nunca fui um Flamenguista engajado. Raramente sabia os nomes dos jogadores além de um ou outro. Não sabia em que posição estava na tabela. Via os jogos na TV quando dava. Não fazia parte da torcida organizada (nunca conheci ninguém da torcida organizada. Seriam eles chatos querendo me convencer a entrar? Ou seriam eles segmentários, evitando a entrada de torcedores não-fanáticos?) Eu não era fanático. Eu me considerava e me considero um Flamenguista. Mas será que eu era realmente um?
Eu gostava de vôlei. Gostava de assistir a jogos na TV de vôlei. Será que não era apropriado gostar de vôlei e torcer para um time de futebol?

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