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Thursday, June 18, 2009

Histórias Verídicas do Pajé Raoni - 4 - A Cúpula e O Sem-Pedigree

Estávamos reunidos durante o culto na igreja aqui no Canadá. A igreja naquela época estava sem pastor. Éramos cerca de 6 pessoas. Meu grande e bom amigo pregava. Nós - todos leigos - alternávamos as pregações naquela época. Nisto entra ele com esposa.
Quem diria! Aqui no Canadá, na nossa igrejinha com meia dúzia de gatos pingados. Ele não sabia que o reconheci. Era o pastor da grande igreja numa das maiores cidades do Brasil, igreja onde minha mãe congregou por algum tempo. Eu sabia dos problemas que haviam ocorrido lá. Agora tinha um alto (alto mesmo) cargo na cúpula internacional na Nova Roma. Em todo o caso, nós os recebemos sinceramente com alegria. Ao me apresentar e mencionar os nomes da minha família, de repente eu passei a ser não tão desconhecido assim.
No ano seguinte, a mesma coisa. Dessa vez, convidei-o para vir a minha casa. Lá estavam a cúpula e o sem-pedigree!
Comecei perguntando como é que funcionava a cúpula. Fiz várias perguntas. Talvez perguntas demais. Perguntei como é que entrava dinheiro na cúpula. Perguntei que relação a cúpula tinha com os políticos da Nova Roma. Aprendi que 90% do dinheiro da cúpula vem do Sul da Nova Roma ainda. Perguntei sobre o Grande Racha que houve na denominação, onde o braço da Nova Roma quis seguir sozinho do resto do mundo todo (sim, o mundo todo). Muito interessante. Perguntei também como andava o diálogo com os Católicos, já que tudo isso estava sob sua administração.
Quando tive oportunidade, comecei a descrever minha interpretação da situação da denominação e da religiosidade na Nova Roma. E como a cultura vem rapidamente mudando. Falamos sobre religião na Europa também.
A esposa me relatou uma história interessante. Congregavam em uma certa igreja no Nordeste da Nova Roma. De repente muito rapidamente começaram a mudar algumas coisas na igreja. Ela deixou claro que não lhe agradaram as mudanças. E o Pajé Raoni relata aqui o que ouviu.
De repente, no culto passou a acontecer mais de uma coisa ao mesmo tempo. Isso parece que desorientou-a. Ela não sabia o que ouvir de quem.
De repente, a 'mensagem' ficou mais complicada. Menos estrutura e menos sistematização. Mais conversa e, pior, participação e movimento.
A igreja resolveu criar relacionamentos com os artistas. Na visão dela, isso foi problemático. E explicou a razão: artistas geralmente estão ocupados no Domingo e não podem ir à igreja. Artistas também, conforme ela, têm dificuldade de se organizarem e de criarem um compromisso de ir frequentemente na igreja.
Posteriormente, quando começamos a falar sobre pós-modernismo, ela - que também participa dentro da cúpula - tentou simplificar o que estava ficando complicado. Explicou-me que o importante era "evangelizar". Falou-me como em uma certa vez entrou em um taxi e tentou convencer o motorista a 'aceitar Jesus' com certa persuasão. E que isso era o que interessava. O Pajé Raoni ficou pensando, mas não falou, em que tipo de interesse ela teria na vida de tal taxista, e no seu bem-estar em geral.
Ela também achou que a igreja estava virando "Nova Era". Que a falta da "sistematização" durante o culto era um problema, pois tal prática era da Nova Era. A Nova Era, conforme a mesma, era um problema pois importava práticas Orientais. O Pajé Raoni ficou se perguntando - mas não falou - se talvez o Cristianismo seja uma religião Oriental.
O Pajé Raoni e sua família ficaram muito contentes e agradecidos com sinceridade ao casal da cúpula pela visita e pelo diálogo. Embora muitas pedras estejam sedimentadas por anos e anos de tradição, ainda é possível ter comunhão como corpo. Afinal, somos um pelos laços do amor.

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