Este post comenta a aula 12 sobre Direitos Humanos da Universidade da Califórnia em Berkley. O curso inteiro está disponível na Internet. Link aqui. As aulas foram dadas pelo professor Thomas W. Laqueur, contando com a participações eventuais de outros professores.
A professora Gillian Hart fala sobre direitos humanos e Apartheid na África do Sul. É muito interessante. Não quero fazer injustiça à aula comentando apenas alguns trechos. A história inteira é impressionante.
Foi interessante aprender como o Apartheid estava intimamente ligado ao Capitalismo como ideologia. Muito triste ouvir falar das horríveis violações de direitos humanos cometidas nesse período. Há, por exemplo, o caso de uma mulher que foi forçada a ficar dias em pé, até quebrar seu tornozelo de fraqueza. Foi interessante ver um detalhe da "estratégia de ação" da ANP. Lá pelos anos 50 (pelo que me lembro da aula) a ANP adotou uma estratégia de ações não-violentas de resistência ao Apartheid. Depois de uma década, ela abandonou as ações não-violentas porque "não estavam dando certo".
O problema do acesso à terra parece ter sido (e ser) muito importante no conflito. Sim, as terras estavam nas mãos de poucos.
Claro, o exemplo do processo de Verdade e Reconciliação - encabeçado pelo Rev. Desmond Tutu - é excelente. O acordo era o seguinte: crimes confessados não serviriam de evidência contra os executantes. Não posso deixar de fazer paralelos com o processo de anistia brasileiro. Como se anistia fosse amnésia. Como se em um passe de mágica tudo virasse flores. É injusto pensar que no caso do Brasil havia igualdade de forças entre as partes.
Um ponto muito interessante levantado pela professora Hart fala sobre a responsabilidade das grandes empresas privadas - tanto nacionais quanto internacionais - na manutenção do Apartheid. Legalmente esta responsabilidade não foi julgada, apesar do registro histórico que aponta para tal fato.
Não pude deixar de pensar no meu amigo Thulani da África do Sul. Influenciado por educadores católicos, Thulani igressou quando ainda adolescente a resistência armada contra o Apartheid. Na época do auge da repressão, foi preso. Hoje, Thulani trabalha pela reforma agrária justa na África do Sul e pelo direito de acesso à terra pelos povos originais e nativos.
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