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A crítica do consumismo é uma das marcas da esquerda azeda e negativista. Em vez de alegrar-se com uma certa difusão da renda e do poder aquisitivo, os negativistas antimercado despejam o seu moralismo contra o que me dá enorme alegria, ver o povo comprando e fruindo do prazer de comprar. Positivar o prazer em geral e com ele o prazer da compra.
Isso faz parte do sacrificialismo ocidental/cristão, com sua noção de um deus dolorista e antiprazer. Isso evoluiu, pari passu, com o machismo e antifeminismo ocidentais.O prazer de consumier não é uma invenção do capitalismo. Faz parte da condição humana. O que Hugo Assmann sempre criticou foi o fetiche da mercadoria ditando as relações humanas e sociais. O problema não está no prazer de comprar ou de consumir, mas na classificação do grau da dignidade humana dos indivíduos a partir do critério do padrão de consumo. Aliás, uma das razões da luta em favor dos pobres é para aumentar a capacidade de consumo deles. A 'libertação' não pode significar transformar todcas as pessoas em 'franciscanos' ou monges de vida austera. Esse tipo de vida religiosa, presente nas mais diversas tradições religiosas, deve ser compreendida como uma crítica às sociedades que não reconhecem a humanidade dos pobres, mas não como um ideal de vida para toda a sociedade. Isso seria, como diz Assmann, exaltar um sacrificialismo dolorista.
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