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Saturday, July 23, 2011

Foucault e a cumplicidade da Filosofia na política

"[Na visão de Foucault], poder e conhecimento são mutuamente cúmplices. Sistemas de controle social se desenvolveram juntos com as ciências humanas desde a Iluminismo europeu do século XVIII. A própria
Filosofia tem sido cúmplice nesse 'jogo de poder' dominando outros ao marginalizá-los. "

Foucalt: "Histórias oficiais filtram, selecionam, priorizam e excluem outras interpretações"

trechos do livro "Introducing Philosophy" por Robinson & Groves.

Lyotard on grand narratives

 Lyotard on grand narratives: we have endured Facism,seen the end of Communism and now witness mafia-style economies, free market greed & environmental disasters on a global scale. If these are the result of "objective reason", there must be something wrong with it"

Thursday, July 07, 2011

The double value of the political in Ernesto Laclau - comments

These are my notes on the article "The double value of the political in Ernesto Laclau" (originally "La Doble Valencia de lo Político en Ernesto Laclau") by Esteban Vergalito in Estante Óptica, año 0 número 1. The article was a text presented at the online course on Theology and the Public Question by GEMRIP.

It seems that the author captures well the paradox between the struggle between the social and the political.
"Tal paradójica condición ontológica conlleva, a nivel fáctico, una redefinición constante de los límites entre lo sedimentado y la fuerza reactivante, en un juego inacabable en el que ninguno de los dos polos puede jamás absorber por completo al otro."
However, I think the text does not try to "go up the chain" and does not try to look at any inherent paradox in the political itself, which may provide a more clear understanding of what leads to the paradox between the political/social. For it seems that the political is at the same time proposing new social orders (disrupting social order) and implementing the new social order (seeking consensus). As Zizek wrote, power is, by definition, in excess. Otherwise it's not power.
  I'm not an expert in the field, but I think it would be interesting to explore the psychological aspects of these continuity/discontinuity of social order. It seems to me that this border between the social and the political is blurry. I suspect that in postmodernity the various aspects of our daily lives are a mix of continuity/discontinuity, even when speaking about the political.
  And on a similar note to that, (I think this is not in the scope of the text), but what is the scope of the political in question? To make the discussion more interesting I would apply to 'macro-politics'. In 'macro-politics' this tension between suspension / hegemony is more evident because implicit here is the question of representation or the extent of the political power. What is this confidence in political leaders even in a "representational democracy"? And to help with this question I think that the issue of violence has to come to the forefront. That is, the political act of "elimination of the alternatives" via power struggle may imply violence. Not only against high-level political opponents, but to whole segments of the population that in theory provide legitimacy to the politicians. (For Theology, violence is an interesting topic)
  Finally, it would be nice to explore (no, it's not in the scope of the text) the dialectic struggles outlined by Hegel and Marx (and I suspect - I don't have my philosophy books here with me - some French postmodernists too... ). Yes, we know there are continuity/discontinuity in the political history. But "what do we make of it?" seems to be a more interesting question other than the fact that they exist.

PS: Is it really necessary to write in a language so difficult to understand?

Sunday, July 03, 2011

Destinado a ser pobre

Trecho do livro "As Veias Abertas da América Latina", de Eduardo Galeano:

Dois dos ministros do governo que prestaram declarações ante a Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a desnacionalização industrial do Brasil reconheceram que as medidas adotadas, sob o governo de Castelo Branco, para permitir o fluxo direto do crédito externo às empresas, deixaram em inferioridade de condições as fabricas de capital nacional. Ambos se referiam à célebre Instrução 289, de princípios de 1965: as empresas estrangeiras obtinham empréstimos fora das fronteiras a 7 ou 8%, com um tipo de câmbio especial que o governo garantia em caso de desvalorização do cruzeiro, enquanto as empresas nacionais deviam pagar cerca de 50% de juros para os créditos que arduamente conseguiam dentro de seu país. O inventor da medida, Roberto Campos, a explicou assim: “Obviamente, o mundo é desigual. Há quem nasce inteligente e há quem nasce burro. Há quem nasce atleta e há quem nasce aleijado. O mundo se compõe de pequenas e grandes empresas. Uns morrem cedo, no primor da vida; outros se arrastam, criminosamente, por uma longa existência inútil. Há uma desigualdade fundamental na natureza humana, na condição das coisas.A isto não escapa o mecanismo de crédito. Postular que as empresas nacionais devam ter o mesmo acesso que as empresas estrangeiras ao crédito externo é simplesmente desconhecer as realidades básicas da economia...” 32.De acordo com os termos deste breve porém vigoroso Manifesto capitalista, a lei da selva é o código que naturalmente rege a vida humana e a injustiça não existe, já que o que conhecemos por injustiça nada mais é do que a expressão cruel da harmonia do universo: os países pobres são pobres porque... são pobres; o destino está escrito nos astros e só nascemos para cumpri-lo: uns, condenados a obedecer; outros, destinados a mandar. Uns oferecendo o pescoço e os outros colocando a corda. O autor foi artífice da política do Fundo Monetário Internacional no Brasil.