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Friday, April 30, 2010

Letter to friends at the TransFORM conference

(This letter was featured in a short video that I recorded for the TransFORM conference in Washington, DC, USA. See below.)

Dear friends at TransFORM,

  This is Gustavo K-fé Frederico speaking from Brazil. Here we are learning to talk to one another, becoming more aware of the importance of conversation. Here this conversation is nameless still, in embryonic stages. In it the other is not simply the recipient of our message, but equal participant. And this conversation is a long and difficult process over time.
 Our Histories in Brazil and in Latin America are diverse and ambiguous. And the US and Europe - legitimized also by theology - were the authors of some dark chapters in our Histories. But we move on without bitterness. In recent History we have had inspiring theology that was highly contextualized. A few of us are rediscovering Liberation Theology, Integral Mission and other theologies from the "margins". We are learning how they defied the status quo, how they gave a voice to the voiceless and how they made the oppressed subjects of their own liberation. Still, History moves on and so must these theologies.
  As we talk to each other we become aware of the fact that faith does not exist in a void, but is contextualized. So our praxis must not neglect History, Sociology, Philosophy, Anthropology and Political Sciences. I'm not calling folks to senseless academic discussions. On the contrary: I'm proposing a challenge to professionals, leaders and practitioners to contextualize their faith and practice in every aspect. For me if faith is not contextualized it is irrelevant.
  Dear American brothers and sisters, as you think about new communities of faith, do not neglect the hidden Christ in the face of the suffering near you. Some estimates speak about 45 million people living in poverty in 2009 in the US. And there is really no suffering far from you in this globalized age. Please raise your prophetic voice against the hidden forces of oppression and violence. That is a practical epistemological exercise. I know you are thinking about 'small' communities, but do not neglect tough problems including macro-politics. Try to craft new languages of non-violence, justice, beauty and love.
  Babel was a failure with its presumptions, but I invite you to engage with us in dialogue. I invite you to come to Brazil, to come to South America.
  Finally, I leave you with a quote by Althaus-Reid: "If theology is not for liberation, that is, to deliver us from sexual and political ideological constraints of its constructions, and if it is not rooted in our experience and does not become transformative, it is not theology. "

Peace to all

Gustavo K-fé Frederico



Sunday, April 18, 2010

Esquemas de classificação e o "natural"

'Pós-modernos são "protestantes" filosóficos dos últimos dias que resistem a categoria do natural, como na "ordem natural", "lei natural", ou "sentido natural". Por "natural" pós-modernos lêem "histórico" ou "político". Pegue, por exemplo, algo aparentemente tão incontroverso quanto um esquema de classificação biológico. Foucault cita uma estória de Borges na qual uma enciclopédia Chinesa classifica animais de acordo com as seguintes categorias: pertencentes ao Imperador, embalsamados, domésticos, perdidos, que acabaram de quebrar o pote d'água, os quais de longe parecem-se com moscas. Bem, por que não? Por que é essa classificação menos arbritária do que a convenção Ocidental de distinguir criaturas baseado nelas terem coluna vertebral ou não, ou nelas se reproduzirem pondo ovos ou parindo? O ponto de Foucault é que todo esquema classificatório tem sua origem em "discursos" históricos específicos ou formações de poder-verdade, e como tal é relativo culturalmente. A política por trás o "natural" pode não estar aparente na zoologia, mas ela rapidamente ganham o foco em discussões sobre a natureza da sexualidade humana ou, ainda, a família. A condição pós-moderna é de "incredulidade para com o natural", pois o "natural" nada mais é que uma narrativa cujas origens na narrativa foram esquecidas. ' p. 15

Trecho do livro "The Cambridge Companion to Postmodern Theology", Cambridge University Press, 2003.

Thursday, April 15, 2010

Pílulas

  Na cena em que Morpheus oferece as pílulas vermelha e azul para Neo, costuma-se pensar que a pílula azul faz a pessoa continuar na ilusão e a pílula vermelha traz a pessoa para a realidade. Não é um pouco simplista pensar que basta tomar uma pílula para conhecer a realidade? Penso que sim. O que garante que a realidade depois da pílula vermelha é a real realidade? Não basta escolher a pílula "certa". O cenário todo, a falsa ideia de escolha derradeira constitui uma pílula azul. Assim "tomar a pílula vermelha" significa tomar continuamente a pílula vermelha, ou ainda a rejeição da simplificação de realidades em simples escolhas simplistas que constituem o "tomar-pílula".

Monday, April 12, 2010

Uma volta dos reprimidos

"Uma volta dos reprimidos
  A condição pós-moderna consiste em mais do que gestos negativos, mais do que menear a cabeça e dar de ombros. Em contraste com a modernidade, ela também vai na direção da volta dos reprimidos e da aceitação do "outro".
[...]
  Preocupação com o outro é o tema principal no trabalho de Emmanuel Levinas, para quem a ética - um respeito infinito pelo outro insubstituível - substitui a epistemologia como "filosofia primeira". Enquanto sistemas modernos  tendem a absorver violentamente o outro - ideias ou pessoas - para dentro de esquemas compreensivos, Levinas argumenta que a primeira responsabilidade de alguém é de deixar que o outro exista ao invés de lançar o outro em sua própria imagem. A obrigação da pessoa para com o outro não pode ser calculada. "Ética" não tem a ver com sistemas morais ou seguir regras; ao invés tem a ver com respeitar a particularidade e a diferença."

Trecho de The Cambridge Companion to Postmodern Theology. Página 16.

Verdade

"Verdade
 As rejeições acima [se] combinam para formar uma grande recusa do projeto metafísico da modernidade, a saber, o projeto de dominar a realidade natural em um esquema conceitual compreensivo. 'Pós-modernos rejeitam esquemas unificadores, totalizadores e universais em favor de novas ênfases na diferença, pluralidade, fragmentação e complexidade'. Pós-modernos suspeitam de asserções de verdade, de "entender corretamente". Ao ouvirem a afirmação de que "é assim que as coisas são", pós-modernos provavelmente responderão "é assim que as coisas são para você." A verdade nessa visão é uma história convincente contada por pessoas em posições de poder para perpetuar suas formas de verem e organizarem o mundo social e natural. De acordo com Michel Foucault, atrás de cada discurso sobre verdade se esconde uma postura retórica: afirmações do conhecimento são imposições violentas por instituições poderosas; afirmações de verdade universais são simplesmente máscaras para ideologia e para a vontade de poder."

The Cambridge Companion to Postmodern Theology, página 11