Devemos evangelizar a Janela 10 - 40 ?
Escutei sempre falar de "evangelismo" na igreja Batista em que cresci como aquela atividade que buscava trazer adaptos para o Cristianismo. A famosa "Janela 10 - 40" era um termo importado do exterior que identificava países entre os paralelos 10 e 40, em países onde havia um baixo percentual de cristãos por habitante.
A tal Janela 10 - 40 e "evangelismo" sempre vinham acompanhados de uma leitura do mundo "a/politizada". "a/politizada" porque a princípio não falava de política: falava de "ganhar almas". Ao mesmo tempo, a linguagem utilizada qualificava os países no mínimo como excluídos. Ao mesmo tempo em que retratavam esses países como "carentes do evangelho", realçavam uma "perseguição aos cristãos" sistematizada pelos Estados. (O que talvez não seja inverídico) Bíblias teriam sido traficadas. Reuniões de cristãos escondidos, se multiplicando em células exponencialmente, sob os olhos assustados do aparato repressivo e secreto dos governos. Esse era o quadro pintado.
Hoje vejo tal leitura de mundo como perniciosa e de má-fé. Evangélicos dos países ricos são ab-usados para manter um status de exploração dos países pobres. Vejo instituições, líderes e fiéis com sua parcela de culpa.
Não deveria nos espantar a reação violenta a toda instituição dos países ricos nos países pobres. Os padrões de injustiça e morte já datam de séculos. Por que a surpresa?
Por que as culturas dos países pobres devem aceitar uma cosmovisão cristã que as demoniza? Por que as culturas dos países pobres devem aceitura uma cosmovisão cristã que apoia direta ou indiretamente as violências econômicas, militares e políticas dos países ricos? Por que os cristãos dos países ricos classificam as religiões destes países pobres como incorretas e inferiores? Em seus próprios países esse tal "cristianismo" "deu certo"? (A pobreza nos Estados Unidos, por exemplo, é grande e real.)
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