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Friday, June 15, 2007

My Masters Thesis

For those that are looking for something to read, here's my Master's Thesis.

FEATURE SELECTION AND EVALUATION FOR GENRE CLASSIFICATION OF
SYMBOLICALLY ENCODED CLASSICAL MUSIC WITH THE AID OF MACHINE
LEARNING

Gustavo Cesar de Souza Frederico

Thesis submitted to the Faculty of Graduate and Postdoctoral Studies
in partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Computer Science

June 1st, 2006

Ottawa-Carleton Institute for Computer Science
School of Information Technology and Engineering
University of Ottawa

Abstract

This work defines useful features for the classification of symbolically encoded music into 14 classical genres namely chorale, symphony, étude, fugue, prelude, contrafactum, sonata, mazurka, motet, sonatina, waltze, concerto, Gregorian chant and scherzo. Features are based on Music Theory and grouped into seven categories: distances in the harmonic möbius strip, distances on the line of fifths, scale, rhythmic syncopation and meter, polyphony measurements, duration and instrumentation. Features are extracted and ranked combining 5 filter-based methods. Six Machine Learning algorithms are defined for classification: three Support Vector Machines, one Bayesian network, the C4.5 and random forests. Using nested cross-validation for training and testing and considering all the features, the Bayesian network classifier yields 84.10 % empirical accuracy. The FEATUROMETRE process measures the usefulness of the feature subsets in an approach similar to wrapper methods, conveying relevant information to domain experts. Another experiment measures the usefulness and accuracy of features individually and by category using FEATUROMETRE. Grouping the music pieces by their period, the measured accuracy with the random forest classifier in the second experiment reaches 89.81 %.

Saturday, June 09, 2007

Pecados do Pai - Sins of the Father

Culto número 3
Pecados do Pai
Contexto do culto
Há uma lógica pragmática que recomenda-nos que evitemos lutar contra uma força que é muito superiora à nossa. Isto, é claro, reflete a simples sabedoria de auto-proteção. Contudo tal lógica é freqüentemente ignorada nas escrituras Judaico-Cristãs, pois ali encontramos inúmeros indivíduos que constantemente confrontam seu criador. Nessas iterações nós não achamo-nos confessando humildemente suas transgressões perante Deus, mas ao invés acusando Deus de transgredir contra eles. Esta rica tradição, na qual a pessoa se ajoelha perante Deus com o punho cerrado, não se encontra somente nas histórias de Moisés e Jó, juntamente com os Salmos, mas também na obra de crentes contemporâneos que se debateram com eventos aterrorizadores como o holocausto.
Esses confrontos violentos entre a criação e criatura se tornam ainda mais impressionantes pois são várias vezes instigados por aqueles fiéis amigos de Deus. Somos confrontados pelo vasto número de crentes através da história cuja profunda e firme fé pareceu como infidelidade, de uma forma que evoca o grito de Cristo na cruz.
O porquê dessa incapacidade de comprender tais comoções se encontra em parte na nossa incapacidade de assimilar a natureza radical da fé, uma fé que deve ser marcada por paixão, mesmo se esta paixão várias vezes parece se dirigir contra a fonte da fé. Certamente, no livro de Apocalipse lemos que Deus prefere que o fiel seja ou quente ou frio ao invés de morno. Certamente, ser 'frio' pode na verdade ser um sinal de que a pessoa esteja muito perto de Deus. Ao invés de pensar que a genuína experiência religiosa é sempre confortante, a idéia de que há alguém que pode ver o profundo do nosso ser pode fazer-nos fugir de Deus. Tal repulsão e medo provêm da própria experiência de Deus, pois sentir-se nu e envergonhado perante Deus pressupõem um tipo de relacionamento com Deus.
Contudo, isto não esgota a experiência de uma reação contra Deus inspirada por Deus, pois no livro de Jó testemunhamos uma reação contra Deus que está ligada não aos nossos próprios atos maus mas aos que parecem serem atos maus de Deus. Enquanto a Bíblia geralmente fala de Deus como alguém que permanece além de todas as acusações humanas, isto se coloca em tensão com outros trechos do texto que testificam à experiência humana de um Deus que se arrepende, é ciumento, irado e é até mesmo indiferente ao sofrimento. O fato de algumas personagens serem desenhadas lutando contra Deus em nome da justiça mostra que acusar Deus de malfeito tem cabimento na tradição Judaico-Cristã. Pois embora possa Deus estar em última instância além de qualquer acusação, nossa experiência do mundo pode nos levar a questionar isto legitimamente.

Descrição do culto
Uma longa mesa é posta ao longo do palco. Sobre ela ficam uma dúzia de taças de vinho quebradas numa caixa de areia. Uma das paredes é coberta por uma grande projeção das pelavras "Ó Vigia das Pessoas", enquanto pequenas tiras de papel e canetas ficam sobre cada mesa. Ao entrarmos na sala somos saudados pela música do DJ que faz um loop das seguintas palavras sobre a música:
Quando eu estava com fome vocês não me deram comida.
Quando eu tive sede vocês não me deram água.
Era estrangeiro e não me convidaram para entrar.
Precisei de roupas e vocês não me vestiram.
Estive doente e na prisão porém vocês não cuidaram de mim.

Gradualmente a música vai morrendo à medida que estas palavras ficam mais fortes. As palavras começam a vencer as conversas das pessoas. À medida que a sala fica em silêncio, um jovem chega no microfone e, tendo as palavras morrido completamente, começa a falar:
Certa vez, há muito tempo atrás, eu tive o privilégio de gastar algum tempo com um velho rabino, calejado pela idade e muito íntimo com o sofrimento. Cada noite ele me contava a história de um judeu que tinha escapado da Inquisição Espanhola com sua esposa e filho, conseguindo chegar com pequeno barco através do mar agitado a uma ilha pedregosa. Um raio explodiu e matou sua esposa. Um vento forte apareceu e levou seu filho para as entranhas do mar. Sozinho, miserável, estarrecido por raios e trovões, com seu cabelo embaraçado, seu corpo castigado pela fome e suas mãos erguidas a Deus, o judeu conseguiu subir na ilha deserta e pedregosa e assim voltou-se a Deus:
- 'Deus de Israel', disse, "eu fugi para este lugar para que eu te servisse em paz, para seguir tuas leis e glorificar teu nome. Tu, porém, estás fazendo de tudo para que eu pare de acreditar em ti. Mas se tu pensas que vais conseguir com essas provas desviar-me do caminho verdadeiro, então eu apelo a ti, meu Deus e Deus dos meus pais, para que nada te corrobore. Podes me insultar, podes tirar de mim o mais querido e o melhor que eu tenho no mundo, podes me torturar até a morte eu sempre vou crer em ti. Eu vou amá-lo sempre e para sempre - até mesmo apesar de ti.
'Eis, portanto, as minhas últimas palavras a ti, meu Deus irado: nada disto será de proveito para ti! Tu fizeste tudo para que eu perdesse minha fé em ti, para fazer-me cessar de crer em ti. Mas eu morro exatamente como vivi: um crente inabalável.'
Ele vive até hoje, este homem bravo com seu Deus, naquela pequena ilha pedregosa em algum ligar quieto nos nossos corações. Hoje à noite vamos tentar dar-lhe voz.

Enquanto a música volta alguém vai até o microfone e fala o seguinte texto das escrituras como uma oração:

'Será que eu sou algum monstro do mar para que fiques aí me vigiando?
Eu prefiro ser estrangulado; é melhor morrer do que viver neste meu corpo.
Quando deixarás de olhar para mim, a fim de que eu tenha um momento de sossego?
Se pequei, que mal fiz a ti, ó vigia das pessoas?
Por que fizeste de mim o alvo das tuas flechas?
Por acaso sou uma carga tão pesada assim?
Por que não perdoas o meu pecado
e não apagas a minha maldade?
Logo estarei na sepultura; tu me procurarás, mas eu não existirei mais.

Por que continuo a sofrer?
Por que as minhas feridas doem sem parar?
Por que elas não saram?
Será que não posso confiar em ti?
Será que és como um riacho que seca no verão?

Ó Eterno, eles me desprezam e zombam de mim o tempo todo
porque anuncio a tua mensagem.
Mas, quando penso: 'Vou esquecer o Eterno
e não falarei mais em seu nome',
então a tua mensagem fica presa dentro de mim
e queima como fogo no meu coração"

Ao findar a oração, um músico vai ao palco. Ele canta algumas músicas que expressam uma mistura de raiva e paixão por Deus ao mesmo tempo. Quando ele termina, uma outra pessoa vai ao palco e começa a ler:

"Claro, o primeiro padre apareceu apropriadamente, e Ahab entendeu qual era a verdadeira ameaça. Para compensar, ele instituiu algo que aprendera dos Judeus: um Dia de Expiação, exceto que ele se propôs a estabelecer um ritual do seu próprio jeito.
Uma vez por ano, os habitantes se trancavam nas suas casas, faziam duas listas, viravam seus rostos para a montanha mais alta e então erguiam seus punhos aos céus.
'Aqui, Senhor, estão todos os pecados que cometi contra ti', diziam eles, lendo o relato de todos os pecados que haviam cometido. Trambiques nos negócios, adultérios, injustiças, coisas desse tipo. 'Eu pequei e imploro perdão por ter te ofendido tão grandemente'.
Então (e aqui está a originalidade do Ahab) os habitantes imediatamente tiravam sua segunda lista do bolso e, ainda virados para a mesma montanha, erguiam essa também aos céus. E diziam algo parecido com 'E aqui, Senhor, está uma lista de todos os teus pecados contra mim: tu me fizeste trabalhar mais do que necessário, minha filha ficou doente apesar das minhas orações, fui assaltado quando estava tentando ser honesto, sofri mais do que era justo.'
Depois de ler a segunda lista, eles terminavam o ritual assim: 'Eu tenho sido injusto para contigo e tu tens sido injusto para comigo. Contudo, como hoje é o Dia de Expiação, tu se esquecerás das minhas faltas e eu me esquecerei das tuas, e nós prosseguiremos juntos por mais um ano."

Depois que isto for lido, todos são convidados a usar o papel e canetas nas mesas para escrever sobre algo que os torna raivosos ou frustrados com Deus. Se isso for algo que eles queiram manter particular, alguém pede que eles dobrem o papel e ponham um 'X' na frente. Os pedaços de papéis são então juntados e trazidos a duas pessoas que ficam lá no palco. Dizem a todos que depois de lidos, os papéis serão simbolicamente repassados para Deus via um ritual de queima. Toda vez que um pedaço de papel com um 'X' aparece, ele é queimado, sem ser lido, enquanto um trecho do Salmo 10 é dito como oração:

Por que ficas aí tão longe?
Por que te escondes em tempos de aflição?

Enquanto essas orações são lidas vinho tinto é despejado sobre as taças quebradas sobre o palco de forma que o vinho transborda na areia. Quando todas as orações forem queimadas há alguns momentos de silêncio. Então um organizador vai ao palco com o que parece ser uma Bíblia. Ele abre-a e começa a ler:

No dia do julgamento uma intimação foi ao mar, ordenando que ela entregasse seus mortos, e uma voz chamou o Hades para que os prisioneiros fossem libertos de suas cadeias.
Então os anjos reuniram toda a humanidade e trouxe-os ao grande trono branco de Deus. Toda a criação permaneceu em silêncio enquanto um grande anjo abriu os livros.
O primeiro a ser julgado se levantou e se aproximou-se do texto. Quando o acusado viu as acusações, toda a humanidade falou em uníssono:
'Quando nós tivemos fome você não nos deu nada para comer. Quando nós estivemos com sede você não nos deu nada para beber. Fomos estrangeiros e você não nos convidou para entrar. Precisamos de roupas e você não nos vestiu. Estivemos doentes e na prisão e você não cuidou de nós.'
Silêncio desceu sobre toda a criação enquanto as pessoas pronunciavam suas sentenças sobre Deus.

Depois de ler isto, o organizador fecha o livro e começa a falar:

Nós não vamos tentar e concluir esta noite de lamento com qualquer resposta bonita. Talvez as coisas façam sentido algum dia, talvez não. Mas, a razão desta noite não é respoder por Deus, algo que só Deus pode fazer. A única coisa que queremos fazer aqui é reconhecer que no meio da incerteza nós permanecemos fiéis.
De certa forma o porquê dessa frágil fidelidade, assim como Jó, talvez se encontre na crença de que nossas acusações irão um dia se tornar cinzas nas conseqüências da insondável presença de Deus; de que nossas preocupações legítimas serão um dia silenciadas perante aquele o qual nós não podemos dar nome mas que nos dá nome. Por enquanto, a única coisa com a qual podemos nos consolar é a possibilidade de que o Deus quem acusamos é um Deus da nossa própria criação. É por esta razão que Slavoj Žižek diz que o Deus que nós pensamos compreender é como um Tamagotchi - nossa própria criação que posteriormente exige de nós.

Ao findar o culto uma cesta cheia de Tamagotchis (comprados baratos do eBay) é dada às pessoas para levarem para casa.

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Do livro "How (not) to Speak of God", de Peter Rollins, ISBN: 1557255059, Editora Paraclete Press.